terça-feira, 17 de setembro de 2013

Villarreal - Real Madrid 14/09/13 :: Publicado na Futebol Portugal Magazine #2

No passado sábado, o Real Madrid viajou a Castellón para defrontar o Villarreal. Ambas as equipas partiam com o mesmo número de pontos para um jogo, que já se previa ser de grande intensidade. O resultado foi de um empate a duas bolas com ascendente para a equipa da casa.

Este era o primeiro grande exame de Ancelotti, e por azar, faltavam elementos chave. Como descrito no artigo desta edição “Análise táctica ao Real Madrid”, o técnico italiano tenta mudar velhos hábitos e implementar o seu estilo de jogo, mas está longe de o conseguir.

A equipa reprovou no exame, sentiu-se incomoda durante todo o jogo, e nesta análise tentamos explicar o porquê!

Onze inicial com importantes ausências e opções precipitadas.
No onze inicial madridista vimos de tudo no que toca a posicionamentos, primeiras, segundas e até terceiras opções. A inclusão de Illarramendi foi a grande surpresa, não tanto pela sua falta de ritmo, mas pelas excelentes exibições que Modric tem vindo a demonstrar nessa mesma posição. Esta decisão demonstra a urgência de Ancelotti em impor o seu jogo, a urgência de juntar Modric a Isco no interior do meio campo criativo.

Na baliza o melhor jogador do Real Madrid em Castellón, Diego Lopez. Uma vez mais o guarda-redes galego justificou a titularidade com uma exibição galáctica.

A defesa obteve nota muito abaixo do exigido. Pepe e Sérgio Ramos sentiram a inclusão de Nacho e Carvajal no onze. Foram obrigados a fazer mais dobras, a deslocarem-se da sua posição natural e a serem mais faltosos. A ausência de Xabi Alonso faz-se sentir, principalmente contra equipas como o Villarreal, que se sentem cómodas jogando pelo corredor interior. A equipa esteve permeável, e muito devido a um lateral direito limitado defensivamente, e a um lateral esquerdo de terceira opção.
No meio campo, Ancelotti colocou Illarramendi como médio defensivo, decidindo empurrar Modric para o lado de Isco. A ideia é a base do seu estilo de jogo, criar uma saída de bola mais controlada com médios interiores com grande capacidade de condução e verticalidade. O sistema triangular de transição falhou, certo que muito pela falta de Marcelo do lado esquerdo, mas também pela notória preocupação de Modric em proteger Illarramendi em tarefas defensivas.

Na frente, a inclusão de Bale foi uma surpresa, o que demonstra uma clara dualidade de critérios de Ancelotti na hora de decidir, tendo em conta a união do grupo e a motivação dos jogadores. O galês está longe da sua melhor forma, mas promete, jogou apenas com paixão, com vontade, e apenas isso foi suficiente para apontar o primeiro golo do Real Madrid.

Cristiano Ronaldo parece longe de estar confortável com este sistema de jogo, e as suas fracas exibições são preocupantes. Os seus melhores momentos aparecem quando o Real Madrid joga à Mourinho, com transições rápidas e muito espaço na frente de ataque. O seu golo surge precisamente num desses momentos.

Por fim Benzema, o internacional francês demonstrou uma vez mais as suas carências na posição de 9, realizando um jogo medíocre.

Apenas Diego Lopez se opôs à qualidade do Villarreal.
A equipa de Marcelino Garcia foi melhor em todo o jogo, criou mais ocasiões de golo, foi mais organizada, mais equilibrada nas transições e certamente que o resultado seria outro caso Diego Lopez não estivesse presente no Madrigal.

Primeira parte “atrapalhada” de Ancelotti
Durante toda a primeira parte, a equipa da casa dominou o meio campo por completo. A incorporação de Illarramendi como médio defensivo, e a sua falta de ritmo, manteve Modric bastante ocupado com tarefas defensivas. Com a ausência de Marcelo no corredor esquerdo, e a pouca verticalidade de Nacho, Isco sentiu-se bastante limitado e nunca encontrou um equilíbrio que lhe permitisse sair a jogar. Com estes dois sectores limitados, o Real Madrid falhava na saída de bola em construção, e jogava longe da baliza de Asenjo.

O primeiro golo do Villarreal surge aos 20’ e após 3 grandes intervenções do guarda-redes madridista. Cani foi o autor, num lance em que ficou bem demonstrada a falta de entrosamento da equipa de Ancelotti no sector defensivo.
O Real Madrid estava lento, desposicionado e sem ideias. O trio ofensivo estava muito longe dos médios criativos, e Benzema era obrigado a descer no terreno para ajudar a saída de bola. Isco tentava sair, mas sem sucesso, faltava apoio, tanto na ala esquerda como no interior do terreno.
Ao minuto 38, assistimos pela primeira vez, a um lance com assinatura do técnico italiano. Na única saída de bola perfeita do Real Madrid, pelo lado direito, o triangulo Modric, Carvajal e Illaramendi demonstraram a todo o madridismo que é possível mudar o estilo de jogo, e com uma jogada perfeita, fabricaram um golo exemplar, finalizado pelo estreante Bale.
As equipa pareciam soltar-se, o jogo estava mais entretido, mais aberto, mas as ideias eram as mesma e as bolas perdidas por ambas as equipas continuavam a predominar, até chegar o intervalo.

Na segunda parte, o técnico italiano fez “reset” ao estilo de jogo.
Apenas aos 15 minutos da segunda parte, Ancelotti percebeu que o sistema tinha que mudar. Faltava mais conexão entre o meio campo e o ataque, e os estreantes Illarra e Bale estavam esgotados. O Villarreal continuava a dominar o meio campo, e por essa razão, entrava Khedira por Illarra, recuando Modric. A ideia era voltar ao sistema de jogo habitual, o de Mou, com saídas de bola mais rápidas, mais eléctricas, com Cristiano a receber numa zona mais recuada e com Isco a aparecer numa zona mais central, no papel do ex-jogador do Real Madrid, Mezut Ozil.

Khedira entrou mal no jogo, algo desmotivado, tal como Di Maria. Ambos pareciam contrariados, sem vontade de jogar. O alemão sente falta de Xabi Alonso, o seu par ideal, e o argentino pareceu não perceber a entrade de Bale no onze, e talvez com razão. Di Maria vem sendo nos últimos jogos, a chave de Ancelotti com diagonais decisivas e desmarcações rápidas nas costas da defesa contraria. Ontem foi suplente!

A equipa ganhou mais velocidade, e num lance de transição rápida, Ronaldo como “peixe na água”, deu vantagem à equipa madrilena.
Tudo parecia encaminhar-se para um final de jogo partido, desorganizado, onde os mais rápidos e criativos ganham vantagem. Mas isso não aconteceu!
Tudo mudou ao minuto 69! Modric esqueceu-se que Illarramendi já tinha sido substituído, e com algum cansaço à mistura, colocou uma passadeira vermelha para que Cani brilhasse com uma espectacular entrada pelo interior. O jogador do Villarreal conseguiu desferir um remate fantástico, sem oposição, frente a um Pepe bastante permissivo.  À imagem do primeiro golo, Diego Lopez respondeu a um primeiro remate, mas devido a uma permissividade preocupante dos defesas do Real Madrid, Giovanni, empurrou para o fundo da baliza. A Carvajal, só lhe faltava mesmo festejar junto dos jogadores do Villareal!
Estava feito o 2-2 e até final do encontro assistimos a um ataque fulminante do submarino amarelo contra um Diego Lopez nota 10.
A haver um vencedor seria o Villarreal, mas tão pouco seria justo. A grande exibição de um super Diego Lopez salvou Carlo Ancelotti da sua primeira derrota na liga espanhola.
O técnico italiano afirmou no seu primeiro dia, que o Real Madrid tem que vencer jogando um futebol espectacular, mas ao que parece, apenas um jogador o ouviu, Diego Lopez, que grande jogo!

O Real Madrid conta com “Plano A melhorado”, mas continua a faltar o “Plano B”
Vem aí a Liga dos Campeões! O nível é outro, e esperemos que as exibições do Real Madrid sejam bem diferentes. No passado sábado já conseguimos ver uma breve demonstração do novo estilo de jogo, mas foi pouco!
Continuam os mesmos problemas do ano passado, com lesões em sectores importantes a obrigar o treinador a introduzir no onze, terceiras opções.

O plano B continua sem se ver, e contra equipas que pressionam bem, sair em condução de bola só é possível com um bom equilíbrio no triangulo de construção. Caso contrario, é necessário um plano B, que consiste basicamente em fazer um transporte directo para o ponta-de-lança, o tal jogador que ainda não apareceu! 

Novo Real Madrid de Ancelotti :: Publicado na Futebol Portugal Magazine #2

Com o mercado de transferências fechado, é altura de fazer uma análise ao “novo” Real Madrid.
Após o “descalabro” desportivo do ano transacto, causado sobretudo pela falta de soluções em determinados sectores do plantel, Florentino Pérez decidiu ir ao mercado em busca de novos recursos. Carlo Ancelotti foi o treinador escolhido para liderar uma equipa com hábitos tácticos bem intrínsecos e com um passado recente algo turbulento.
O treinador italiano veio com ideias claras e vontade de impor o seu estilo de jogo. Para que isso aconteça, uma mudança no antigo plantel de Mou era inevitável. A contratação de um jogador capaz de aguentar a posse de bola no último terço sem risco de a perder, à imagem de Modric, mas com mais verticalidade, mais finalização e mais capacidade no 1 para 1.
Ancelotti quer dominar a posse de bola, quer ataques mais pausados e prolongados, quer uma transição defesa-ataque com maior identidade e superioridade numérica.
O clube mais prestigioso do mundo tem que ganhar jugando um futebol espectacular”, disse Carlo no seu primeiro dia.
Reforçar o meio campo com médios interiores capazes de transportar a bola como Modric ou Isco é o primeiro passo, mas não chega. A construção de jogo dependerá sempre de um equilíbrio em ambas as alas, formado por triângulos base estruturais. A linha de meio campo agrupa 5 jogadores chave na transição, com Xabi Alonso a ser o preferido para comandar a saída de bola, seja pelas alas, seja pelo espaço interior.
O técnico italiano muda o sistema de jogo de Mourinho
A equipa de Mourinho jogava de uma forma mais vertical, mais directa e mais eléctrica. O seu contra-ataque era impar, mas contava com um plantel sem segundas soluções ou alternativas para posições chave, e isso, acabou por “matar” pouco a pouco a equipa madrilena.
O plantel foi surpreendido por muitas lesões, sobretudo em posições que não possuíam segundas opções. Mourinho apresentava “onzes” completamente remediados, desequilibrados. A equipa jogava em esforço, sofria para vencer e dependia sobretudo do luso Cristiano Ronaldo, que ainda por cima, se sentia triste.
Florentino não pretende assistir ao mesmo filme, e por isso, decidiu liderar uma campanha de renovação do plantel que já vem tarde, mas para o madridismo, mais vale tarde que nunca!
Contratações e limpeza no plantel
Isco, Illarra, Carvajal e Bale são opções de primeira linha para o sistema de jogo pretendido, mas não são suficientes. Se olharmos para o ataque, continua a faltar o tal 9 indiscutível, o goleador, que Mou havia pedido desde o primeiro dia. Os únicos que se assemelham a essa descrição, são os jovens Jesé e Morata, que são promessas asseguradas, mas que ainda lhes falta kilometros para atingir a maturidade desejada.
Após a saída de Higuain, Benzema é o último moicano, o único possível no que toca a vestir a camisola 9. O francês tem andado enganado todos estes anos, tanto na selecção francesa como no Real Madrid, e é uma pena, porque temos saudades dos tempos em que jogava no Lyon, onde deslumbrava em apoio ao tal 9, Fred ou Baros na altura.
As saídas de Kaká, Ozil, Higuain, Callejón, Carvalho e Albiol, justificam-se sobretudo pela vontade própria dos jogadores, que procuram uma titularidade indiscutível, coisa que no Real Madrid estava longe de acontecer.
A saída do alemão, não prejudica o novo sistema de Ancelotti, que desde que chegou, apostou sempre em Isco e Modric como organizadores de jogo, relegando Ozil para extremo direito e muitas vezes para o banco de suplentes. Ozil procura um ambiente onde se sinta desejado, onde tenha a confiança absoluta do seu treinador, e viajar para Londres foi uma boa decisão.
As restantes saídas limpam um balneário já saturado pelo desgaste das críticas, nenhum dos jogadores tinha um papel fundamental, pelo contrário, à excepção de Callejón, todos tinham sido alvo de muitas críticas durante as épocas transactas.
O centro da defesa será disputada por Varane, Ramos e Pepe, este último bastante polémico na fase final da época passada. Com a saída de Carvalho e Albiol, será o jovem Nacho a aparecer na luta com estes três jogadores, o que parece pouco para um clube que luta em todas as competições, em especial pela “décima”.
O lateral direito continua a deixar muitas dúvidas, Arbeloa pelo seu deficiente apoio ao ataque e Carvajal pela sua imaturidade defensiva, fazem desta posição o calcanhar de Aquiles da equipa merengue.
Falar em Bale é falar em potência, verticalidade, remate e velocidade.
Começou a lateral esquerdo e depressa passou a extremo. Ultimamente no Tottenham, jogava muito pelo interior, e com bons resultados. Não há dúvidas que é uma grande contratação, mas certamente que os 95 Milhões pesarão na hora do julgamento. Com Bale a equipa ganha pulmão, presença e decisão, mas tal como Ronaldo, fica a dúvida de como reagirá Bale  com um estilo de jogo mais pausado e teoricamente mais fechado.
Isco é na actualidade, o jogador mais próximo das características de Iniesta. Jogador inteligente, com capacidade inata de condução de bola, finalização e verticalidade, cuida e protege a bola como poucos. As suas pausas, misturadas com explosões verticais são o seu forte, dá horizontalidade ao jogo e baralha posições no adversário. Aparece na área para finalizar e o seu remate de meia distancia é toda uma garantia para o novo Real Madrid. Uma contratação acertada que se adapta a todos os sistemas de jogo do técnico italiano.
Illarra e Casemiro dão garantias defensivas, mas deixam bastantes dúvidas em relação à sua condução de bola. As suas contratações visavam tapar as lesões e o cansaço de Xabi Alonso, mas entretanto apareceu Modric, que nos últimos jogos respondeu à chamada com exibições de grande nível, fazendo mesmo, esquecer a qualidade do jogador vasco.
Boa intenção de Ancelotti num projecto ainda muito verde.
Nos jogos já realizados, o Real Madrid foi incapaz de convencer e impor o seu novo estilo de jogo. Os resultados acabaram por ser positivos, mas a vitoria provem de rasgos individuais e de momentos pontuais de superioridade.
A intenção do italiano é boa, o Real Madrid precisa de um sistema de jogo mais estruturado, com regras naturais que o permitam encarar qualquer tipo de pressão. O jogo baseado na saída em posse de bola com vantagem numérica dá bons resultados, mas nem sempre é eficaz. Para isso necessita de laterais bem ofensivos, de médios interiores com capacidade de condução e atributos vincados de um box-to-box.
Por outro lado, este sistema de jogo altera os momentos de Ronaldo.
O português terá menos bola, sendo agora Isco o responsável por cair no lado esquerdo do meio campo e conduzir a saída juntamente com Marcelo. Cristiano será obrigado a ocupar espaços mais centrais, mais fechados, onde perde verticalidade, perde velocidade e terá menos oportunidade para disparar.
A ideia de Ancelotti não é de todo mal pensada, e não se trata de substituir Isco por Ronaldo na tarefa de transição, mas sim, empurrar o português para o último terço do campo. Resta saber se CR7 se sentirá cómodo com esta posição num estilo de jogo mais estático.
O estilo de jogo contempla uma transição segura, mais lenta e apoiada em jogadores com maior capacidade de condução.

O técnico italiano já mostrou que tentará impor o seu estilo de jogo, e o 4-1-4-1 desdobrado em 4-3-3, parece ser o favorito. Ao contrario do 4-2-3-1 de Mou, Carlo pretende mais jogadores no sector intermédio, e se possível jogadores com boa capacidade de transporte de bola. Defensivamente, o estilo é simples e similar ao do ano passado, duas linhas de 4 jogadores, muito próximas, tentando fechar os espaços entrelinhas criando a habitual armadilha do fora de jogo. Isco será o responsável por fechar o lado esquerdo do meio campo, deixando Ronaldo livre de responsabilidades defensivas.
No esquema apresentado, exemplificamos como se formam os dois triângulos durante a transição defesa-ataque.
Uma das grandes dúvidas será como e onde incluir Khedira 

neste esquema de jogo. O alemão, é o melhor box-to-box do plantel, mas falta-lhe capacidade na condução de bola. A sua presença é a mais compatível com Xabi Alonso, masintroduzir Khedira neste sistema, será desequilibrar a saída de bola, principalmente se coincidir com Arbeloa no onze.

Transições mais delicadas, mais técnicas, mais pausadas e pacientes, são as grandes novidades deste novo Real Madrid.
A equipa precisa de tempo para interiorizar o estilo de jogo do italiano, que certamente não desistirá de o aplicar. O plantel tem mais qualidade este ano, Isco, marca um novo estilo de jogo e encaixa na perfeição, Bale, equilibra a qualidade nas alas, mas sobretudo dá sangue novo, dá mais frescura a este Real Madrid.
O plantel “emagreceu”, mas ganhou qualidade no meio campo.
A equipa continua com algumas lacunas, mas há esperança que jogadores como Carvajal, Morata, Jesé e até mesmo Nacho surpreendam, não com a sua inquestionável qualidade, mas com maturidade suficiente para lutar pela titularidade.
Factores como, adaptação de Cristiano e Bale, lesões em sectores sensíveis ou mesmo resposta de Benzema aos apupos de que tem sido alvo, irão ditar o destino de este jovem Real Madrid. Ainda faltam soluções no plantel, e Florentino será certamente obrigado a intervir novamente, já em Janeiro.

O Real Madrid ainda joga à Mourinho, mas já se notam as alterações de Carlo Ancelotti.

Estão à porta exames de dificuldade elevada, e todos sabemos que o plantel tem qualidade para aprovar, mas fica a dúvida se seguirão usando os apontamentos do Special One, ou por fim, recorrem aos novos de Carlo Ancelotti.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Breve análise à Liga Zon Sagres

Começar por dar os parabéns ao Porto, não apenas pelo tri-campeonato, mas pelos números impressionantes exibidos nestes últimos 3 anos, senão vejamos. 

Em 90 jogos sofreu apenas 49 golos e marcou 212, impressionante!Ainda mais marcante, foi o facto de ter sofrido apenas 1 derrota em 3 anos!!Uma marca bem longe do rival e segundo classificado Benfica, que em 90 jogos somou 11 derrotas!!

Lembrar que nestes 3 anos, conquistou 1 taça UEFA, 1 Taça de Portugal e 3 Supertaças portuguesas. Números realmente fantásticos, que obrigam o Porto a assumir um papel de maior importância, na próxima edição da liga dos campeões.

Em relação ao Benfica, está sem dúvida no bom caminho, e se conseguir manter esta qualidade, reforçando alguns pontos chave, poderá ter um próximo ano, recheado de bons momentos e títulos.

Benfica
Sem dúvida que o Benfica, este ano, foi a equipa mais vistosa, atacante e goleadora. Mas também não há dúvidas, que nos momentos decisivos, falhou!Queres ser campeão?Vence o teu adversário directo, pelo menos no teu estádio.

A pergunta foi feita no inicio da época, tem o Benfica capacidade para jogar em três frentes?Não! Teria sim, se Javi Garcia ou Witsel fizessem parte deste plantel.

Foi para todos uma surpresa, ver Matic jogar toda a época a um grande nível e ritmo impressionante, e mesmo com jovens como André Gomes ou André Almeida a jogar com uma qualidade senior, o Benfica carecía de um meio campo competitivo, principalmente numa competição de elíte como a Champions!

Defendo Jorge Jesus, por ser um treinador ambicioso com um estilo de jogo atacante e bem identificado com o Benfica, mas na minha opinião, faltam detalhes importantes, principalmente com um plantel tão light no meio campo. O mais importante, talvez seja por começar a implementar um plano B na equipa, saber controlar um jogo, fazer troca de bola no meio campo adversário, controlando os impulsos individuais dos seus extremos. Resumindo, ter dois estilos bem identificados, jogar em busca de um resultado e jogar gerindo o resultado. 

Considerar que foi uma época de sucesso, quando se é eliminado da champions por clubes de nível mais baixo, é pouco ambicioso, e pode de certa forma, trair a preparação da próxima época que se espera reveladora para o clube lisboeta.

Tentar não jogar com Roderick no meio-campo, conseguir um substituto de qualidade para Luisão ou Garay, conseguir um bom numero 10 para competir com Enzo, e contratar um bom extremo direito caso Gaitan, Nolito e Bruno Cesar (emprestados) abandonem o clube, são os primeiros passos para conseguir uma boa época.

Porto
O Porto foi em tudo mais consistente, e atingiu um objectivo importante além da conquista do campeonato, passar o grupo da liga dos campeões.

O seu meio campo, bem definido, com Moutinho e Fernando a um constante grande nível, e um Lucho de días, o Porto conseguiu formar uma equipa competitiva, experiente e consistente.

Mangala foi uma boa surpresa, organizado, bom jogo aereo, e com enorme espirito de equipa, tornou a defesa do Porto muito mais consistente e impermeável. Foi ele, na minha opinião, o responsável pelos poucos 14 golos sofridos esta época!

Em relação à próxima época, penso que falta algum fogo a esta equipa, mais opções de ataque, principalmente um substituto à altura de Jackson, e um extremo de qualidade, que possa soltar James para o meio do terreno.

Vitor Pereira, sempre muito contestado, cometeu vários erros este ano, mas mesmo assim, foi capaz de garantir um titulo, aproveitando um sprint na recta final. Ainda não se conhece a decisão do presidente em relação à escolha do treinador,  mas penso que Vitor Pereira pelo que fez nestes últimos dois anos, merecia ficar. 

Muito se discute, em relação às arbitragens, e lembro-me de escrever num artigo anterior, que o futebol português está longe de ser transparente, puro e exemplar. As arbitragens, são fracas, polémicas e na maioria dos casos, deixam dúvidas em relação ao justo vencedor. Benfica, Porto, Sporting e Boavista, todos eles foram beneficiados na época em que se sagraram campeões nacionais!

Este ano, não foi diferente, assistimos a arbitragens fracas, muito fracas, que penalizaram e beneficiaram todas as equipas, falsificando muitos resultados e originando muita polémica de jornada a jornada. Enfim, mais do mesmo num país que merecia muito mais qualidade a nível de justiça futebolística!!

terça-feira, 30 de abril de 2013

Abelhas Operárias Vs. Abelha Raínha (Segunda parte)


Entramos hoje na segunda parte da eliminatória entre, abelhas operárias e a abelha rainha!

A previsão para o jogo de hoje é a mesma de há uma semana atrás Abelhas Operárias Vs. Abelha Raínha, isso não muda, entram possivelmente outros jogadores, mas a previsão táctica é exactamente a mesma.

Tal como referimos em anteriores artigos, o Erro de Mou em Dortmund, juntamente com uma atitude relaxante de alguns jogadores, e a falta de um 9 de raíz, reflectiu-se catastroficamente no marcador, 4 golos sofridos, 1 marcado, e uma exibição pobre, muito pobre!

Hoje esperamos um Real Madrid com identidade, com presença e sobretudo, com garra e vontade de remontar. Mourinho sabe que errou, sabe que a estrutura táctica escolhida não foi a mais adequada, facilitou dando o seu onze cedo de mais, e sabe que se for eliminado a responsabilidade é sua.

É o melhor treinador do mundo, mais completo, mais mediático, mais vencedor, e desde a sua chegada a Madrid que a média de golos no Santiago Bernabéu se tem mantido no número 3, curiosamente o número que necessita para seguir em frente na prova. 

Os adeptos querem o onze de gala, a táctica de sempre e o espirito madridista. Acreditam e sabem que com Mou e CR7, tudo é possível!

Restam-me poucas palavras para definir a segunda parte desta eliminatória, penso que escrever mais, seria repetir o que já foi dito, e que avançar com o meu próprio prognóstico seria um golpe baixo, não só no ambiente fantástico digno de uma "remontada", como também na esperança de um colosso do futebol mundial.

A fantástica equipa do Dortmund, será a mesma, a táctica será a mesma, resta apenas saber, se a sua juventude não afectará o rendimento, de uma equipa que mostrou e provou, conter todos os requisitos para marcar presença numa grande final europeia.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

A opinião de Mourinho, a ser verdade, está errada!

26.04.2013
Um jornal desportivo espanhol publicou uma noticia no mínimo curiosa. Mourinho considerou Xavi Alonso, Khedira, Ozil e Pepe, como as chaves da derrota, a ser verdade, está errado, senão vejamos!

Comecemos por fazer a seguinte pergunta: E se Mourinho tivesse considerado iniciar o jogo com Callejón na direita e Ozil na posição de Modric? O que mudaria?

Já não é o primeiro jogo que Modric e Xabi Alonso mostram completa incompatibilidade, ainda mais com Khedira pelo meio. Em Manchester funcionou enquanto o United não pressionava, havia espaço e sobretudo porque Khedira tinha passado para o lado direito da defesa.

As previsões apontavam para um Dortmund muito pressionante, cortando todas as linhas de passe, especialmente a Xabi Alonso. Com Modric e Khedira disputando, quem iria para o ataque e quem ficaria na defesa, as coisas complicaram-se, o jogo não se abriu, e ficou mais fácil para o Dortmund controlar a pressão e as linhas de passe. Com esta confusão de posições, num estilo de jogo raramente usado pelo Real, os madrilenos perderam por completo a sua identidade.

Mezut Ozil é o tipo de jogador que tem obrigatoriamente de ter a bola nos pés, motivo pelo qual fugia para o meio do terreno ou recuava na tentativa de receber um passe certeiro. Até aqui tudo bem, o problema é quando o Real joga contra equipas que exercem pressão alta, que empurram a equipa adversária contra o seu próprio meio campo.
Se repararem, das poucas vezes que Ozil recebia a bola, estava no seu meio-campo, atrás da primeira linha de pressão, longe dos solitários C. Ronaldo e Higuaín, e sobretudo sem o apoio ofensivo e a profundidade de um lateral, neste caso Sergio Ramos. 

Não me oponho a que Ozil jogue mais recuado, mas para isso, necessitará de ter na frente, extremos bem abertos nas alas e laterais com bastante mobilidade.

Cedo reparai que este não era o verdadeiro Real Madrid, e Mourinho notou que algo estava mal. Decidiu não fez alterações ao intervalo, quem sabe impulsionado pelo empate oferecido por Hummels, e errou!

Quando as fez, já era tarde. A mudança táctica acontece com a entrada de Di Maria para o lugar de Modric, empurrando o já desgastado Ozil para o seu habitat natural, o meio campo, tarde de mais! Desmotivado, cansado e sem soluções, não era capaz de conduzir o Real na pior fase do jogo.

Fácil é, falar ou escrever após os acontecimentos, mas a previsão já o indicava, era necessário ultrapassar a primeira linha de pressão. Não era necessário ter mais jogadores no meio campo, mas sim, laterais e extremos de raiz, defendendo e atacando, e um bom condutor de jogo em transição rápida, causando desequilíbrios e abrindo o jogo no meio campo, dando mais espaço a Xabi Alonso.

Preparei um pequeno exemplo do jogo Dortmund-Malaga, onde se vê claramente a passagem da primeira linha de pressão, e a consequente descompensação na defesa do Dortmund. 

Na primeira imagem vemos a importancia da tal referencia no ataque, ganhando a luta com a linha defensiva, ultrapassando directamente ou através de segundas bolas, a primeira linha de pressão indicada na figura. Isto é trabalho do verdadeiro 9, Lewandowski é eximio neste tipo de lances, e tanto Pepe como Varane, tiveram muitas dificuldades em parar o jogador polaco.

O Real Madrid, não tem nenhum 9 com estas características.




Nesta segunda imagem, verificamos a descompensação na defesa alemã, a fragilidade defensiva de uma defesa bastante adiantada e uma quantidade enorme de espaço entrelinhas.











Numa outra jogada, vemos a importancia dos laterais e extremos em ultrapassar a linha de pressão. Seja em tabela, ou em lance individual, é importante desequilibrar nas alas, chamar os médios defensivos e os extremos do Dortmund, dando espaço aos criativos do Real Madrid. Os merengues foram capazes de desequilibrar, pontualmente mas apenas pelo lado esquerdo.






Finalmente, após ultrapassar essa primeira linha de pressão, verificamos uma vez mais, a descompensação na defesa das abelhas, e enorme espaço entrelinhas.











O Real Madrid jogou frente ao Dortmund, uma vez mais remendado, mas desta vez, o erro foi do “Special one”. Mourinho e a sua equipa técnica erraram na táctica inicial e demoraram muito tempo a tentar reconstruir a identidade única, que caracteriza os madrilenos.

Estejam atentos à previsão do embate da 2ª mão

quinta-feira, 25 de abril de 2013

LIÇÃO DA PROVA DOS NOVE

Uma verdadeira lição de futebol, dentro e fora do campo. Nos dois jogos o número 9 foi decisivo, Gomez e Lewandowski mostraram ao mundo o verdadeiro valor de um ponta-de-lança. Jogaram e fizeram jogar, cumpriram o seu objectivo, o objectivo de um genuíno número 9, marcar golos.

Os alemães estavam autorizados a pressionar, tinham estudado bem os adversários e sabiam que estes não possuíam o tal 9, o tal jogador que de costas para a baliza é capaz de segurar a bola, fazendo jogar a equipa, o tal jogador que obriga uma defesa a descompensar, proporcionando segundas bolas letais, o tal jogador referência!

O meio campo dos espanhois estava pressionado, sem espaços, sem tempo para pensar e criar, e a defesa via-se obrigada a bombear bolas por cima da primeira linha de pressão,  tentando dessa maneira, partir o jogo e obrigar o bloco defensivo contrário a recuar. 

Foram inumeras as bolas bombeadas pelos defesas que terminaram perdidas no meio campo alemão, e foram também inumeras as causas, ou porque errava o tempo de salto, ou porque não sabia dominar, ou porque era antecipado, ou no caso do Barça, porque simplesmente não havia lá ninguém.
A pressão acabou por sufocar as equipas espanholas, e o plano B, simplesmente não existia!

O tema relacionado com o verdadeiro 9, não é novo. O Real Madrid, nos últimos anos tem sido habituado a grandes referências no ataque, Butragueño, Hugo Sanchez, Zamorano, Ronaldo "o fenómeno", Morientes, são o tipo de jogadores que nos dias de hoje, não figuram no plantel. Tanto Benzema, como Higuain, jogadores de características muito similares, não são pontas-de-lança, nunca o foram, e jamais passarão de excelentes falsos 9.


Por sua vez o Barcelona, ficou sem substituto desde a saída de Ibrahimovic, e o “tiqui-taka” sem ponta-de-lança, nem sempre funciona, o que levou já várias vezes Guardiola e Tito a usar Piqué como referência atacante. Arrepia só de pensar!



As últimas três vezes que o Real Madrid foi campeão europeu, Morientes era a referência, jogava sempre junto ao chamado falso 9, neste caso Raul ou Mijatovic. A equipa dominava o jogo de inicio a fim, jogavam futebol, construindo desde da defesa ou simplesmente usando o plano B, jogar directo para Morientes. Perguntam vocês por que motivo isso não é possível nos dias de hoje...simplesmente porque falta uma peça no puzzle, o verdadeiro 9!


Mourinho nunca soube jogar sem ponta-de-lança, Mccarthy ou Derlei no Porto, Drogba no Chelsea, e Milito no Inter, foram sempre as suas referências para um futebol directo e bastante vertical. Chegou ao Real Madrid e pediu o seu 9, mas só em Janeiro lhe fizeram a vontade. Adebayor foi o possível, mas em empréstimo e aquém das qualidades exigidas por um clube como o Real Madrid.


Desde então, o "Special One" estranhamente desistiu ou simplesmente abdicou, traindo o seu próprio estilo de jogo, acreditando que poderia um dia, transformar Benzema e Higuaín em verdadeiros 9. A qualidade destes dois jogadores é inquestionável, simplesmente não têm características de ponta-de-lança, e Mou sabe disso, tentou mudar essa situação, mas falhou!



Talvez o futuro esteja no jovem Morata, que na minha opinião, deveria ser titular com mais regularidade.


Este ano voltou a acontecer!Às equipas espanholas faltou plano B, faltou referência no ataque, faltou homem golo. Veremos se é desta que aprendem a lição, e decidem de uma vez por todas mudar!


::       Bayern 4-0 Barcelona     ::     Dortmund 4-1 R.Madrid     ::

PARABÉNS! GRANDE LIÇÃO!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Messi és Grande!

Como adepto, considero uma verdadeira injustiça, tudo que se tem escrito em relação a uma lenda viva do futebol. MESSI, num ambiente todo ele desfavorável, quis jogar! Sentiu que a sua presença era primordial, chave, numa equipa em baixo de forma, que se qualificou para as meias-finais, graças a si. Ontem tentou, lutou, mas não exibiu a sua magia, correu apenas 6.9km em 90 min e terminou na boca do meio campo alemão. Mostrou pouco futebol, e isso alegra muita gente, mas mostrou um enorme caracter, espirito de equipa e fair-play, e isso, apenas está ao alcance dos Grandes. Leonel Messi és Grande!!


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Borussia Dortmund - Real Madrid: A minha previsão

Abelhas Operárias Vs. Abelha Rainha

É sem dúvida uma das edições mais equilibradas dos últimos anos, a batalha entre espanhóis e alemães está prestes a iniciar.

Real Madrid e Borussia Dortmund entram esta quarta-feira em campo, protagonizando uma meia-final, que mesmo inclinada para o lado merengue, intimida qualquer previsão. Teoricamente, os alemães entram nas meias-finais como o clube menos favorito à vitória final, mas muitos lembrar-se-ão ainda, da edição anterior, onde o também menos favorito Chelsea arrasou todos os prognósticos e previsões, conquistando a taça de uma maneira absolutamente surpreendente. Será o Dortmund capaz de tal proeza?

É verdade que o Dortmund chega a esta fase, mais forte que o Chelsea de Di Matteo da edição anterior, mas falta-lhe uma referência de nome na equipa, um jogador como Drogba, Messi ou Cristiano Ronaldo que sozinho possa fazer a diferença e resolver o jogo. O percurso dos alemães é exemplar, sendo mesmo, o único semifinalista da prova ainda imbatível. Venceram o Real Madrid na fase de grupos e passaram como primeiro classificado, deixando fora de prova os milionários “árabes unidos” de Manchester e o histórico Ajax de Amesterdão. Muito se tem escrito e falado acerca dos jogos contra o Real Madrid na fase inicial da prova, e talvez por isso, haja um acréscimo de respeito em relação a esta equipa alemã.

É certo que nos dois jogos entre ambos esta época, O Real Madrid foi incapaz de impor o seu futebol e provar a sua superioridade. Apesar da defesa “remendada” apresentada nos dois embates, os espanhóis sentiram dificuldades sobretudo na transição defesa-ataque, muito devido à pressão efectuada pelos alemães durante grande parte do jogo. Com laterais adaptados sem capacidade de desequilibrar, e com Xabi Alonso pressionado e obrigado a recuar bastante no terreno à procura de espaços vazios, coube a Pepe e Varane a tarefa de sair a jogar, e aí sim, o Real Madrid sentiu bastantes dificuldades, originando mesmo, o primeiro golo do Dortmund na Alemanha.

São jogos e fases totalmente distintas, ambos estão mais fortes em relação aos jogos da fase de grupos, sobretudo o Real Madrid que já poderá contar com um defesa esquerdo de raíz.

Borussia Dortmund

Chega a esta meia-final carregando 3 anos de sucesso e domínio no futebol alemão. É uma equipa ambiciosa e composta por jovens talentos, que de uma forma natural, subiu ao patamar mais elevado do futebol europeu.
Jurgen Klopp, treinador do Dortmund, impôs uma identidade única a uma equipa que na época anterior à sua chegada, terminara a 9 pontos da descida de divisão. O trabalho do técnico natural de Estugarda tem sido admirável, conseguindo nos últimos anos, impor-se a um dos melhores planteis de sempre do gigante Bayern de Munique.

O estilo de jogo da equipa “fluorescente” assenta basicamente num futebol em bloco, bastante vertical e com uma intensidade única e própria de jovens motivados, banhados em talento.
Num ritmo absolutamente eléctrico, a equipa de Klopp, aposta na pressão alta e na rápida recuperação da posse de bola. A transição defesa-ataque é de nível superior, com a verticalidade do seu jogo a imperar numa combinação perfeita entre rapidez e primeiro toque. O plano B da equipa alemã consiste nas bolas directas ao seu ponta-de-lança Lewandowski, permitindo aos talentosos Gotze e Reus aproveitarem as segundas bolas de uma forma absolutamente genial.

Onze Inicial
O técnico alemão conta com todo o seu armamento para o jogo desta quarta-feira, à excepção do capitão Sebastian Kehl. A boa notícia é que Nuri Sahin, emprestado pelo Real Madrid aos alemães, poderá jogar contra os espanhóis, visto que não há nenhuma cláusula que o impeça. Klopp tem vindo a utilizar o turco com regularidade desde a sua chegada em janeiro, mas possivelmente optará pelo jovem Bender ao lado do alemão de quem se fala ser o futuro substituto de Xabi Alonso no Real Madrid, Ilkay Gundogan.

Tacticamente não há surpresas, o técnico alemão jogará no habitual 4-2-3-1, pressionando a zona criativa do Real Madrid, blindando a distribuição de jogo de Xabi Alonso e aproveitando as bolas perdidas do adversário durante a transição defesa-ataque.

Pontos fortes
Esta equipa trabalha exactamente como uma colónia de abelhas (a sua mascote), defende atacando o inimigo, é disciplinada e convive num sistema de extraordinária organização. Como em todas as colónias, existe um líder, uma personagem central que se destaca, e no caso do Dortmund, é o ponta-de-lança polaco, Lewandowski. Internamente desempenha o papel de abelha rainha, mas internacionalmente ainda não lhe foi concedido esse mérito, é o jogador mais importante da equipa, joga e faz jogar, para além de ser o verdadeiro “matador”, é exímio de costas para a baliza. Forma uma tripla ofensiva perfeita, com Gotze e Reus, rápidos, dinâmicos e com muito talento, nos espaços entrelinhas e nas segundas bolas são letais. Hummels, titularíssimo da selecção alemã e muito pretendido em Barcelona, lidera uma defesa forte que sabe atacar, seja através de desequilíbrios potenciados pelos laterais Piszczek e Schmelzer, como também nos lances de bola parada. Equipa muito bem preparada fisicamente.

Pontos fracos
Tal como as abelhas operárias, o seu sistema defensivo pode levá-lo à “morte”. Pressionar em bloco após perda de bola é uma das armas do Dortmund, mas pode tornar-se num verdadeiro suicídio, isto se, o adversário se liberar rapidamente da primeira linha de pressão e desequilibrar pelos flancos. Quando isto acontece, o adversário encara uma defesa ligeiramente adiantada no terreno, pouco apoiada permitindo sobretudo muitas desmarcações nas costas. O Real Madrid é uma equipa forte na transição ofensiva, e aproveitará certamente qualquer descompensação na transição ataque-defesa da equipa alemã. É uma equipa jovem, pouco habituada a estes palcos, o que nesta fase da competição, pode trazer complicações. Nenhuma referência na equipa, em comparação com os restantes adversários.


Real Madrid

É um facto que a equipa de José Mourinho está mais madura e mais confiante, mas é também notória a irregularidade da equipa ao longo desta temporada, seja por lesões em sectores críticos, ou por carência de motivação em jogos de caracter não decisivo. Certo é, que durante toda a época, a equipa respondeu positivamente nos jogos a eliminar, conseguindo exibições categóricas em palcos de grande dificuldade. A conquista da supertaça espanhola, a passagem à final da taça do Rei e a passagem à semifinal da liga dos campeões, catalogam os madrilenos de máquinas implacáveis na hora do mata-mata.

Pontos fortes
Maturidade e disciplina táctica. Os espanhóis contam com mais experiência e soluções no banco que o clube alemão.
Cristiano Ronaldo está na melhor forma de sempre, só em 2013, marcou 27 golos em apenas 22 jogos.
O contra-ataque é único, explosivo, rápido e poderá ser a solução para o jogo em Dortmund.
Poderá contar com o box-to-box, Khedira, o médio alemão saiu lesionado no primeiro jogo contra o Dortmund e esteve ausente no segundo. Para além de ser um verdadeiro tampão no meio campo, é também, um jogador chave no plano táctico ofensivo de Mourinho. Não há nenhum jogador no plantel que o substitua, e seja capaz de atacar e defender com tanta qualidade. Facto bem visível, nos dois jogos contra os alemães, e na sua influente entrada no jogo em casa contra o Barcelona, a contar para a Liga Espanhola.

Pontos fracos
Continuam os problemas nas laterais, Essien e Marcelo são ausências confirmadas, Arbeloa está castigado e Coentrão está em dúvida. Sergio Ramos será forçado a jogar no lado direito e caso Coentrão não recupere a tempo, será o jovem Nacho a assumir a posição.
Luca Modric saiu tocado do jogo com o Bétis e está em dúvida para o jogo em Dortmund.
Apesar de ter melhorado, as bolas paradas continuam a ser um problema para a defesa merengue.
Dificuldades em segurar a bola de costas para a baliza, nem Benzema, nem Higuain, têm essa característica, o que dificulta a saída com bolas directas para o ponta-de-lança.

Onze Inicial

O técnico português, à excepção de limitações nas laterais, conta com o restante plantel disponível, isto se, Modric e Coentrão recuperarem a tempo do jogo.
O onze inicial não apresentará surpresas, da defesa para a frente, o Real Madrid jogará com o seu onze de gala, sendo a única dúvida a titularidade de Higuaín ou Benzema.

Tacticamente Mourinho deverá iniciar o jogo em Dortmund com o habitual 4-2-3-1, passando para 4-1-2-3, libertando Khedira para um sector mais ofensivo.



Figuras do jogo 
Ganha de longe o Real Madrid, com uma referência de peso, Cristiano Ronaldo. Lewandowski é a figura do Dortmund, pelo que joga e faz jogar, mas está longe da qualidade do astro português.

Lances Chave
Bolas paradas e transições rápidas com desmarcações nas costas.

Curiosidade:
A última meia-final dos alemães foi há 15 anos, e precisamente contra o Real Madrid. No dia 1 de abril de 1998, o Dortmund na altura campeão em título, perdera por 2-0 num jogo que iniciou 1 hora e 15 minutos depois da hora prevista. O atraso deveu-se à curiosa queda da baliza, no topo sul do estádio Santiago Bernabeu. Os responsáveis do Real Madrid, sem baliza de substituição disponível no estádio (o que levou a uma multa da UEFA de 700.000 euros e um jogo de suspensão), tiveram que se deslocar à cidade desportiva (na época a apenas 2km do estádio) e trazer uma nova.
Apesar deste incidente o Real qualificou-se para a final, acabando por vencer a Juventus, conquistando assim a 7ª Taça dos campeões europeus.

Prognóstico da eliminatória
Tal como foi dito anteriormente, é uma eliminatória que intimida qualquer previsão, mas teoricamente é indiscutível o favoritismo da equipa madrilena.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

E assim vai o Futebol...!


As últimas noticias no mundo do futebol, não são agradáveis!

Em Portugal, os mafiosos de negro continuam a passear num recreio sem regras, sem punições e especialmente sem respeito pelo desporto. A verdade desportiva está longe deste País, que dia-a-dia, é bombardeado por pessoas sem ética e respeito pela justiça. Os camarotes nos estádios, enchem-se de juízes saciados por fruta fresta, calor brasileiro e charutos cubanos, enfim!


Escrevo com mágoa, com tristeza e sobretudo com revolta, não por ver o meu País respirar um futebol contaminado, mas sim por constatar que com o passar dos anos, continuamos parados num porto sem dignidade.

Outra noticía desagradável foi o regresso do levezinho Liedson, que com 35 anos, afirmou que já era antigo, o desejo de vestir a camisola do FCP. Na minha humilde opinião, antigo não se traduz em horas, ou mesmo meses, e assim sendo, o meu respeito por mais um jogador português que canta o hino brasileiro, perde-se!

Lá por fora, a grande notícia veio de Munique, Pep Guardiola jogou pelo seguro e asssinou pelo Bayern,  sim, pelo seguro, explico-me, com Guardiola ou sem Guardiola, o Bayern é favorito em todas as competições, tem uma equipa ganhadora, jovem e coesa, joga bom futebol e ganha titulos.  Na minha opinião, o arriscar sería fazer do Man City ou do PSG um grande da europa. Não condeno a decisão do ex-técnico do Barça, admiro-o por ter regressado ao futebol, mas não considero um grande desafío.
Para terminar e resumindo o que se vai passando além fronteiras, fala-se em crise económica nos clubes brasileiros, crise de balneário no Real Madrid, de um treinador português que respirava sucesso e bons resultados na Grécia, e que acabou despedido. Fala-se do regresso de Jesualdo Ferreira a um Sporting irreconhecivel, um clube inglês Swansacional, um Vilas Boas na direção certa, uma Juventus com Llorente e sem competidores à altura, um Celtic de Glasgow sozinho na luta pelo título escocês, o regresso das vuvuzelas a um CAN fraco, a ida de Sneijder para a Turquia e por fim o mais importante, a resposta positíva do técnico Tito Vilanova ao tumor na glândula parótida, espero que regresse rápidamente ao seu mundo, o do futebol!