Hoje, joga-se
no mítico Santiago Bernabéu a segunda mão da Supertaça de Espanha. Frente a
frente, Real Madrid e Barcelona, dois exércitos de peso compostos pelos
melhores soldados do planeta.
Análise da Primeira Mão
A primeira mão jogada em Camp Nou
terminou com um resultado que permite ao Real Madrid lutar e de certa forma,
sonhar com a conquista do troféu. O jogo terminou com a vitória do Barcelona
por 3-2, curiosamente, o resultado que permitiu ao Barcelona vencer a prova do ano
transato.
Os catalães entraram praticamente
com o seu onze de gala, faltando apenas o recém-recuperado David Villa. Sem
novidades no seu estilo de jogo, o Barcelona continua com o seu estilo
caracteristico e personalizado, posse de bola e circulação única, com abertura
nas alas e entrada nas costas da defesa contrária. Uma verdadeira máquina de
tiqui-taca, que mesmo sem o seu criador, não desafinou, nem tão pouco deu
sinais de abrandamento, pelo contrário, reforça a cada jogo a atribuição do adjetivo
sublime.
O Barça entrou com o típico
4-3-3, desdobrado em 3-4-3 e pontualmente em 3-3-4. Os laterais, Alves e
Adriano subiram e criaram os habituais desequilibrios, sempre e quando os alas culés
se juntavam ao centro do ataque arrastando os laterais contrários. Futebol
bastante apoiado, com pressão na primeira linha, que lhe permitiu ser dono e
senhor da primeira parte, dominando por completo a saída contrária e
conquistando o espaço a meio campo. Nada surpreendente, sinceramente a grande novidade
foi observar um Real Madrid confortável no jogo, mesmo não dominando a posse de
bola. A equipa de Madrid fez uma primeira parte impressionante a nível
defensivo, notava-se que conheciam todos os passos ofensivos do seu adversário
e bailavam na sombra da orquestra catalã. É certo que a ausência de Pepe por
lesão, obrigou o Real a recuar um pouco a sua linha defensiva, isto devido à
inclusão de um central mais lento e com menos capacidade para aparecer nas
dobras. Logicamente que isto traz consequências a nível ofensivo, obrigando
Callejón e Ozil a recuar bastante no terreno e a estar mais longe da baliza de
Valdés, facto esse que se refletiu nas suas manobras ofensivas e desgaste
físico.
Na segunda parte, foi notória a
subida de moral da equipa de Mourinho, uma linha defensiva mais confiante e
mais subida, originando um jogo em contra-ataque mais eficaz, mais rápido e com
melhores resultados. Com a subida no terreno da equipa merengue, o Real ganhou
posse de bola, tranquilidade e conseguiu chegar mais vezes à baliza catalã. Com
um Barcelona algo desconfortável no jogo, os madrilenos aproveitaram para se
adiantar no marcador. Canto marcado por Ozil e um cabeceamento fantástico do
português Cristiano Ronaldo. Com o 0-1, o Real Madrid cresceu e com a defesa
subida permitiu o empate num lance tipico da equipa da casa, bola colocada nas
costas da defesa aproveitando a velocidade e diagonal de Pedro. Lance mal
analisado por Fábio Coentrão que não soube acompanhar a subida da sua defesa e
colocar o jogador catalão em fora de jogo, se bem que o jogador culé parece
ligeiramente adiantado.
Os madrilenos acusaram bastante
este golo sofrido e caíram completamente no jogo. A partir daí observamos um
Barcelona implacável conduzido por um Iniesta sublime que desfez por completo a
teia de Mourinho. A equipa da casa
chegou facilmente ao 3-1, primeiro por Messi de penalti e oito minutos depois
por Xavi, numa jogada fenomenal de Andrés Iniesta. Com este resultado o Real
Madrid desfeito em desiluzão, cansaço e falta de ideias, esperava um milagre
que o pudesse salvar. Foi então que após um lance em que o Barcelona podia ter chegado
ao 4-1 (grande lance de Iker Casillas), o milagroso Vitor Valdés desceu ao
relvado e ofereceu o golo a Di Maria, sem pedir nada em troca, o guarda-redes
catalão teve tempo de embrulhar, desembrulhar e entregar um presente que poderá
ser decisivo na conquista da Supertaça.
Conclusão, como seria de esperar
foi um jogo em que o Barcelona dominou praticamente os 90 minutos, podendo
mesmo ter resolvido a eliminatória em Camp Nou. Com o milagre Valdés, os
merengues acabam por sair da Catalunha com um resultado que lhes permite sonhar
com mais uma vitória sobre o seu grande rival.
Previsão da Segunda Mão
No jogo de hoje, não se esperam
milagres, espera-se sim um Barcelona ao seu nível e um Real Madrid lutador e
pressionante, com vontade de mudar os ventos deste inicio de época.
Quanto aos onzes iniciais,
Mourinho deverá entrar com o seu onze “Modo Barcelona”, fazendo regressar Pepe
e Di Maria ao onze titular e deixando as dúvidas do costume, defesa-esquerdo e
ponta de lança. Mesmo contra vontade da maioria dos adeptos merengues, é
possível que jogue Fabio Coentrão, o jogador preferido por Mourinho para os
jogos contra o Barcelona, tem melhores caracteristicas defensivas que o
brasileiro, e apesar das criticas, foi classificado pelo seu treinador como um
dos melhores em campo na primeira mão. A outra dúvida está relacionada com o
setor mais avançado, Benzema ou Higuaín? Seguindo a mesma lógica, tudo leva a
crer que Benzema seja titular, o francês tem sido o eleito de Mou,
principalmente com a equipa a jogar em “Modo Barcelona”.
Em relação ao restante onze, Iker
Casillas, Sergio Ramos, Arbeloa, Xabi, Khedira, Cristiano Ronaldo e Ozil.
Quanto ao estilo de jogo, Mourinho
tentará pressionar a primeira linha do Barcelona, reduzindo o espaço entre os
seus setores. Um estilo de jogo arriscado que permite manter os catalães longe
da baliza de Iker Casillas, exigindo um esforço adicional aos seus jogadores.
Normalmente este estilo defensivo de bloco subido é compensado com uma redução
no espaço entre-linhas, criando bastante pressão na construção de jogo
contrária. Para jogar neste estilo de jogo é fundamental a motivação dos
jogadores e nesse capitulo o Real Madrid estará a 200%. Após uma má entrada no
campeonato, Mourinho sabe melhor que ninguém como motivar a sua equipa, e para
isso, nada melhor que receber o Barcelona no seu estádio.
Quanto ao Barcelona, vem de um
jogo dificil em Pamplona, jogo em que se constatou uma vez mais, que quando não
domina a posse de bola fica perdido, sem soluções, esperando um lance de génio
do astro argentino. Certo que a ausência de Xavi nos primeiros 75 minutos
influenciou e muito no dominio de posse de bola e construção de jogo, mas com a
qualidade do seu substituto, não conseguimos desculpas para tais dificuldades.
Caso o Real Madrid entre com o
bloco subido, pressionando as primeiras linhas do Barça, Messi e Iniesta serão
as chaves de Tito Vilanova para resolver esse problema, com Xavi bastante
pressionado pelos jogadores madrilenos, os dois craques do Barcelona serão
obrigados a assumir a batuta e a criar desiquilibrios, tentando rasgar o meio
campo e atingir dois objectivos, ganhar faltas que permitam a equipa catalã
subir no terreno em construção, ou simplesmente abrir o jogo para a entrada dos
alas nas costas da defesa contrária. Neste capitulo será importante a
concentração dos juízes de linha, visto que certamente serão muitas as jogadas
de risco por posição irregular.
Quanto ao esquema de jogo, o
habitual 4-3-3, com Pedro e Alexis bem abertos nas alas e possivelmente Jordi
Alba a titular. Quanto à dupla de centrais, Piqué e Macherano levam vantagem,
se bem que Puyol não está de todo excluído para este jogo, apesar da lesão
contraída no passado fim-de-semana.
O Barça deverá entrar com,
Valdés, Piqué, Macherano, Alves e Alba, no meio campo, Xavi, Iniesta e Busquets
e na frente, Messi, Pedro e Alexis.
Ingredientes de qualidade num menú recheado de deliciosas jogadas, brindado com um ambiente fantástico, sendo assim, sente-se e saboreie este fantástico jogo de futebol.