terça-feira, 4 de setembro de 2012

Cristiano Ronaldo está triste: A minha opinião

Cristiano Ronaldo está triste!

Alega motivos profissionais que curiosamente coincidem com o fecho do mercado de transferências. Muitas foram as causas apontadas para tal desconforto do madeirense, e se me permitem gostaría de as colocar em formato “Quem quer ser milionário”:

(A)   Permanência de Kaká.
(B)   Saída de Granero ou Lass.
(C)  “Baixo” salário.
(D) Comentários do Presidente Florentino ao penteado do português.

Sinceramente tenho dúvidas, e por isso decidi optar pela ajuda 50-50, sobraram:
         (C)“Baixo” salário.
         (D) Comentários do Presidente Florentino ao penteado do português.

Agora sim fiquei totalmente confuso, e preferi usar a ajuda telefónica, pessoa de contacto, Cristiano Ronaldo. Após conversa de um minuto, o madeirense explicou-me que o problema era mesmo o baixo salário, alegando que num ano ganhava menos que um vencedor do euromilhões num dia. Bem visto!

Deixando a brincadeira de lado, gostaria de vos explicar esta novela entre Real Madrid e CR7. Em Maio deste ano, Cristiano Ronaldo mostrou interesse em aumentar os seus 15 Milhões de euros/ano, e pediu ao seu presidente Florentino Perez uma renovação vitalícia.

O actual contrato do CR7 foi assinado segundo a Lei Espanhola 35/2006, de 28 de Novembro, que se tratava de um incentivo do governo espanhol em atrair capital humano qualificado de outros países através de incentivos fiscais. Como coincidiu com a chegada de Beckham ao Real Madrid, e por tratar-se de um trabalhador extrangeiro, decidiu-se batizar a lei com o seu nome. Fundamentalmente a lei Beckham, beneficiava os trabalhadores extrangeiros em termos fiscais, obrigando a descontar apenas 24% do seu salário bruto. Apartir de 2009, com a nova lei imposta pelo governo espanhol, essas vantagens fiscais terminaram e os jogadores passaram a descontar aproximadamente 52% do seu salário bruto.

Como todos sabem os agentes de futebol negoceiam o contrato dos seus jogadores, em salário neto, o que significa que com esta subida, quem sofre são os clubes. O grande problema é que muitos clubes da primeira e segunda divisão espanhola, não foram capazes de acompanhar esta subida e foram obrigados a renogociar contratos, muitos deles obrigando os jogadores a pagar essa subida. Daí se ouvir falar bastante de greves no campeonato espanhol.

Centrando este problema na renovação de Cristiano, verificamos que se trata de números astronómicos e diria mesmo disparatados. Segundo se sabe Ronaldo ganha atualmente 15 Milhões de Euros por ano, o que com esta subida de impostos, o Real Madrid teria que subir o ordenado a pelo menos 22,5 Milhões de Euros por ano. Se renovar por 5 anos, o clube madrileno teria que desembolsar 113 Milhões de Euros apenas e só para o seu ordenado, exceptuando, prémios de jogo e objectivos anuais.

Acredito que haja clubes dispostos a pagar este valor, e talvez por isso a razão da sua tristeza. Segundo se sabe, o Real Madrid pediu tempo ao português, para estudar uma forma de dar a volta a numeros tão elevados. Caso os madrilenos não cheguem a uma conclusão nem a um acordo, Ronaldo terá que cumprir o seu contrato até 2015 com o salário actual.

Como se sabe, Cristiano é o 10º jogador mais bem pago do mundo, no que se refere a salários, estando longe dos 20 Milhões de euros que cobra Eto'o no campeonato russo. Se o português ambiciona chegar a tais valores, temo que seja obrigado a deixar o clube espanhol, para isso existem duas saídas, ou o jogador e o clube chegam a um acordo para uma transferência, ou alguém terá que pagar uma clausula de 1000 milhões de euros, numeros praticamente impossiveis de alcançar. Tanto uma saída como outra serão certamente improváveis, sendo assim Ronaldo seguirá triste porque num ano, ganha menos que um vencedor do Euromilhões. 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Supertaça Espanhola: A minha análise


Hoje, joga-se no mítico Santiago Bernabéu a segunda mão da Supertaça de Espanha. Frente a frente, Real Madrid e Barcelona, dois exércitos de peso compostos pelos melhores soldados do planeta.

Análise da Primeira Mão
A primeira mão jogada em Camp Nou terminou com um resultado que permite ao Real Madrid lutar e de certa forma, sonhar com a conquista do troféu. O jogo terminou com a vitória do Barcelona por 3-2, curiosamente, o resultado que permitiu ao Barcelona vencer a prova do ano transato.

Os catalães entraram praticamente com o seu onze de gala, faltando apenas o recém-recuperado David Villa. Sem novidades no seu estilo de jogo, o Barcelona continua com o seu estilo caracteristico e personalizado, posse de bola e circulação única, com abertura nas alas e entrada nas costas da defesa contrária. Uma verdadeira máquina de tiqui-taca, que mesmo sem o seu criador, não desafinou, nem tão pouco deu sinais de abrandamento, pelo contrário, reforça a cada jogo a atribuição do adjetivo sublime.

O Barça entrou com o típico 4-3-3, desdobrado em 3-4-3 e pontualmente em 3-3-4. Os laterais, Alves e Adriano subiram e criaram os habituais desequilibrios, sempre e quando os alas culés se juntavam ao centro do ataque arrastando os laterais contrários. Futebol bastante apoiado, com pressão na primeira linha, que lhe permitiu ser dono e senhor da primeira parte, dominando por completo a saída contrária e conquistando o espaço a meio campo. Nada surpreendente, sinceramente a grande novidade foi observar um Real Madrid confortável no jogo, mesmo não dominando a posse de bola. A equipa de Madrid fez uma primeira parte impressionante a nível defensivo, notava-se que conheciam todos os passos ofensivos do seu adversário e bailavam na sombra da orquestra catalã. É certo que a ausência de Pepe por lesão, obrigou o Real a recuar um pouco a sua linha defensiva, isto devido à inclusão de um central mais lento e com menos capacidade para aparecer nas dobras. Logicamente que isto traz consequências a nível ofensivo, obrigando Callejón e Ozil a recuar bastante no terreno e a estar mais longe da baliza de Valdés, facto esse que se refletiu nas suas manobras ofensivas e desgaste físico.
Na segunda parte, foi notória a subida de moral da equipa de Mourinho, uma linha defensiva mais confiante e mais subida, originando um jogo em contra-ataque mais eficaz, mais rápido e com melhores resultados. Com a subida no terreno da equipa merengue, o Real ganhou posse de bola, tranquilidade e conseguiu chegar mais vezes à baliza catalã. Com um Barcelona algo desconfortável no jogo, os madrilenos aproveitaram para se adiantar no marcador. Canto marcado por Ozil e um cabeceamento fantástico do português Cristiano Ronaldo. Com o 0-1, o Real Madrid cresceu e com a defesa subida permitiu o empate num lance tipico da equipa da casa, bola colocada nas costas da defesa aproveitando a velocidade e diagonal de Pedro. Lance mal analisado por Fábio Coentrão que não soube acompanhar a subida da sua defesa e colocar o jogador catalão em fora de jogo, se bem que o jogador culé parece ligeiramente adiantado.

Os madrilenos acusaram bastante este golo sofrido e caíram completamente no jogo. A partir daí observamos um Barcelona implacável conduzido por um Iniesta sublime que desfez por completo a teia de Mourinho.  A equipa da casa chegou facilmente ao 3-1, primeiro por Messi de penalti e oito minutos depois por Xavi, numa jogada fenomenal de Andrés Iniesta. Com este resultado o Real Madrid desfeito em desiluzão, cansaço e falta de ideias, esperava um milagre que o pudesse salvar. Foi então que após um lance em que o Barcelona podia ter chegado ao 4-1 (grande lance de Iker Casillas), o milagroso Vitor Valdés desceu ao relvado e ofereceu o golo a Di Maria, sem pedir nada em troca, o guarda-redes catalão teve tempo de embrulhar, desembrulhar e entregar um presente que poderá ser decisivo na conquista da Supertaça.
Conclusão, como seria de esperar foi um jogo em que o Barcelona dominou praticamente os 90 minutos, podendo mesmo ter resolvido a eliminatória em Camp Nou. Com o milagre Valdés, os merengues acabam por sair da Catalunha com um resultado que lhes permite sonhar com mais uma vitória sobre o seu grande rival.

Previsão da Segunda Mão
No jogo de hoje, não se esperam milagres, espera-se sim um Barcelona ao seu nível e um Real Madrid lutador e pressionante, com vontade de mudar os ventos deste inicio de época.
Quanto aos onzes iniciais, Mourinho deverá entrar com o seu onze “Modo Barcelona”, fazendo regressar Pepe e Di Maria ao onze titular e deixando as dúvidas do costume, defesa-esquerdo e ponta de lança. Mesmo contra vontade da maioria dos adeptos merengues, é possível que jogue Fabio Coentrão, o jogador preferido por Mourinho para os jogos contra o Barcelona, tem melhores caracteristicas defensivas que o brasileiro, e apesar das criticas, foi classificado pelo seu treinador como um dos melhores em campo na primeira mão. A outra dúvida está relacionada com o setor mais avançado, Benzema ou Higuaín? Seguindo a mesma lógica, tudo leva a crer que Benzema seja titular, o francês tem sido o eleito de Mou, principalmente com a equipa a jogar em “Modo Barcelona”.
Em relação ao restante onze, Iker Casillas, Sergio Ramos, Arbeloa, Xabi, Khedira, Cristiano Ronaldo e Ozil.

Quanto ao estilo de jogo, Mourinho tentará pressionar a primeira linha do Barcelona, reduzindo o espaço entre os seus setores. Um estilo de jogo arriscado que permite manter os catalães longe da baliza de Iker Casillas, exigindo um esforço adicional aos seus jogadores. Normalmente este estilo defensivo de bloco subido é compensado com uma redução no espaço entre-linhas, criando bastante pressão na construção de jogo contrária. Para jogar neste estilo de jogo é fundamental a motivação dos jogadores e nesse capitulo o Real Madrid estará a 200%. Após uma má entrada no campeonato, Mourinho sabe melhor que ninguém como motivar a sua equipa, e para isso, nada melhor que receber o Barcelona no seu estádio.
Quanto ao Barcelona, vem de um jogo dificil em Pamplona, jogo em que se constatou uma vez mais, que quando não domina a posse de bola fica perdido, sem soluções, esperando um lance de génio do astro argentino. Certo que a ausência de Xavi nos primeiros 75 minutos influenciou e muito no dominio de posse de bola e construção de jogo, mas com a qualidade do seu substituto, não conseguimos desculpas para tais dificuldades.

Caso o Real Madrid entre com o bloco subido, pressionando as primeiras linhas do Barça, Messi e Iniesta serão as chaves de Tito Vilanova para resolver esse problema, com Xavi bastante pressionado pelos jogadores madrilenos, os dois craques do Barcelona serão obrigados a assumir a batuta e a criar desiquilibrios, tentando rasgar o meio campo e atingir dois objectivos, ganhar faltas que permitam a equipa catalã subir no terreno em construção, ou simplesmente abrir o jogo para a entrada dos alas nas costas da defesa contrária. Neste capitulo será importante a concentração dos juízes de linha, visto que certamente serão muitas as jogadas de risco por posição irregular.
Quanto ao esquema de jogo, o habitual 4-3-3, com Pedro e Alexis bem abertos nas alas e possivelmente Jordi Alba a titular. Quanto à dupla de centrais, Piqué e Macherano levam vantagem, se bem que Puyol não está de todo excluído para este jogo, apesar da lesão contraída no passado fim-de-semana.
O Barça deverá entrar com, Valdés, Piqué, Macherano, Alves e Alba, no meio campo, Xavi, Iniesta e Busquets e na frente, Messi, Pedro e Alexis.

Ingredientes de qualidade num menú recheado de deliciosas jogadas, brindado com um ambiente fantástico, sendo assim, sente-se e saboreie este fantástico jogo de futebol.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Começou La Liga


La Liga arrancou este fim de semana e muitos perguntam, qual será a diferença entre esta edição e a anterior? Se me permitem, recuemos um pouco e vejamos as previsões antes da primeira jornada.

José Mourinho afirmou que o seu grande objectivo este ano, será vencer a Liga dos Campeões e para isso, nada melhor do que contar com a mesma equipa da última edição. Sem Modric até ao momento e com Kaká como suplente de luxo, a grande noticia para o “The Only One”, foi a permanência do argentino Gonzalo Higuain. Mesma equipa, mesmo treinador, tudo dependerá dos niveis de motivação, da regularidade de Ozil e Xavi Alonso, dos golos do tridente ofensivo e de possiveis lesões durante a temporada.

Quanto ao seu eterno rival Barcelona, tudo fará para reconquistar a liga espanhola. Um plantel de luxo, com dois reforços importantes, Song e Jordi Alba, vêm tapar buracos e criar soluções para sectores fragilizados. A grande dúvida será a resposta da equipa catalã ao seu novo líder, Tito Vilanova, que afirmou na passada semana que quer vencer todas as competições.

Valência e Atlético de Madrid são os grandes candidatos ao terceiro lugar do pódio, o Valência pelo papel que tem tido nestas últimas épocas, e também pelos reforços que garantem um nivel competitivo importante para a equipa Che. O Atlético de Madrid, pelo que tem feito desde a chegada de Simeone, um futebol mais consistente, mais vertical, direccionado totalmente ao melhor jogador da equipa, Radomel Falcão. Na equipa madrilena, as dúvidas são as mesmas de sempre, a regularidade da equipa e resposta de adaptação de novos jogadores. Na equipa valenciana, após os 4 anos da era Unai Emery, o Valência apresenta uma equipa renovada para melhor e um treinador jovem e ambicioso que prevê um campeonato competitivo.

Athletic de Bilbao, Málaga e Levante são grandes incógnitas neste campeonato. Depois de uma época brilhante, os problemas e desfalques desta nova época deixam muitas dúvidas em relação à reguaridade das duas equipas.

Análise à primeira jornada

Real Madrid Escorrega
O Real Madrid empatou em casa com o Valência, num jogo que mais parecia de pré-época com muita intensidade, mas pouca produtividade. A atitude de ambas as equipas resume-se a um Real Madrid demasiado relaxado após vantagem no marcador e um Valência curioso mas sem soluções na transição defesa-ataque.
A equipa de José Mourinho entrou com tudo acabando por marcar cedo num lance desenhado e concretizado pela dupla argentina, Di Maria e Higuaín. Mesmo com o jogo controlado o Real Madrid foi incapaz de aumentar a diferença no marcador, muito devido a um relaxamento impróprio de campeões. O Valência sempre muito curioso, mas sem criar grande perigo durante a primeira parte, aproveitou um erro infantil de Casillas para empatar a partida. Excelente resposta de Jonas a um cruzamento fantástico de Tino Costa. No momento em que Jonas cabeceava, Casillas e Pepe chocaram com alguma violência, tendo mesmo Pepe que abandonar o jogo ao intervalo. Na segunda parte o Real mostrou que quando acelera cria perigo e o Valência sentiu muitas dificuldades em segurar o ataque merengue. Ronaldo e Ozil muito abaixo das suas capacidades foram incapazes de fazer a diferença e nem com a entrada do francês Benzema as coisas se resolveram. Muitos lances de perigo, mas sempre bem correspondidos com a grande exibição do guarda-redes Diego Alves. Resultado final 1-1!

Barcelona Sublime
Quem soube aproveitar este descuido do campeão, foi notávelmente o seu eterno rival, Barcelona, uma exibição de luxo facilitada pela fraca defesa da equipa basca. Messi e companhia fizeram um jogo sublime, nada a que não estejamos habituados. A equipa catalã sempre que joga com o seu onze de gala é praticamente imbatível e por vezes implacável. As tropas comandadas por Tito Vilanova começam esta edição da liga espanhola com o pé direito e deixam um aviso ao campeão em título, a jogar assim seremos os campeões. De realçar o regresso de Villa aos golos, sem dúvida a melhor “contratação” do Barcelona para esta época. O asturiano, oito meses afastado da competição regressou, e em grande, fazendo o quinto golo da equipa e emocionando o mundo do futebol mostrando uma camisola em que se podia ler “sem vocês sería impossivel”, mensagem de agradecimento para a sua mulher e as suas duas filhas. Grande detalhe Villa!
Quanto ao jogo, nada de novo, superioridade culé durante todo o jogo que aos 15 minutos já ganhava 3-1. Um suberbo Messi que começa da melhor maneira a tentativa de superar os 50 golos marcados na época passada. Tito passou o primeiro teste, mas o derradeiro será já na próxima quinta feira, na primeira mão da super taça espanhola. Resultado final, “manito” 5-1!

Athletic Bilbao e Betis Entusiasmam
De realçar o Ath. Bilbao 3-5 Betis, o melhor da jornada em termos emotivos. Muitos erros defensivos que transformaram este jogo num espetáculo de futebol. Aos 31 minutos o Betis ganhava por 3-0 em Bilbao, mas os leões bascos mostraram a sua raça e ao minuto 76 empatavam o jogo 3-3. Tudo indicava para uma “remontada” histórica, mas Pozuelo, jogador do Betis deu uma machadada e silenciou San Mamés.
A equipa basca nota algumas dificuldades principalmente no sector defensivo, a equipa sentiu falta da sua referencia Javi Martinez, que estará de saída do clube. Lembramos que para além dos problemas entre o treinador Bielsa e a direção, as duas peças mais importantes da equipa, Llorente e Javi Martinez foram considerados pela “afición” como “personas non gratas”, e estão de saída do clube.

Atlético e Levante Adormecem
Levante e Atlético de Madrid não foram além de um empate a uma bola. Já era de esperar dificuldades para a equipa madrilena, um terreno dificil, contra um Levante europeu e ainda por cima às 23 horas.  O jogo foi pobre, muito pobre, e complicou a vida aos que fizeram um esforço para não tentar adormecer durante os 90 minutos. Pouco futebol e passes falhados em que se ajusta perfeitamente o empate. O Atlético pelos erros cometidos no inicio do jogo e o Levante por ter adormecido durante os restantes minutos de jogo. Enfim um jogo para não recordar, pela hora e pelo espetáculo.

Mallorca e Sevilha Cumprem
Mallorca e Sevilha cumpriram e venceram Espanhol e Getafe respetivamente. Vitórias merecidas com destaque para o avançado israelita Hemed que fez os dois golos da equipa de Maiorca, e Jesus Navas que levou o Sevilha às costas durante os 90 minutos.

Injustiça em Vigo
Já o mesmo não se pode dizer do Celta de Vigo, que perdeu no seu território. Para quem não viu o jogo, o resultado parece até normal. Mas para quem teve a sorte de ver este embate, diria que foi um resultado absolutamente injusto. Foi um grande jogo de futebol em que as duas equipas mostraram qualidade e recursos, deixando boas indicações para os jogos que se avizinham. Destaque para o jovem jogador Fabrice, que com apenas 16 anos, se tornou no mais jovem jogador de sempre a marcar na liga espanhola.

Corunha volta aos grandes palcos
O Deportivo entrou com o pé direito, num jogo que ficou marcado por uma primeira parte de grande nível por parte dos galegos. A avalancha de ocasiões nos primeiros minutos de jogo encostou completamente um Osasuna surpreendido com uma equipa liderada no meio campo por Abel Aguilar. O colômbiano emprestado pelo Hercules mostrou uma entrega incansável e liderança na hora de circular a bola, bons apontamentos do jogador de 27 anos.
Apesar das muitas ocasiões de golo desperdiçadas, inclusivé um penalti falhado por Riki ao terminar a primeira parte, o Osasuna conseguiu equilibrar o jogo chegando mesmo a mandar no encontro. Quando nada fazia prever e após vários erros defensivos dos de Pamplona, surge o golo do Depor. Apartir desse momento, o Osasuna pegou na batuta e liderou o jogo até final, mas sem criar muito perigo, com um futebol inconsequente, pouco vertical e muitas bolas perdidas.
Uma palavra especial para a qualidade dos jovens do Depor, Bruno Gama, Pizzi, Raoul Loe, Arribas, Roberto Torres e Nelsón Oliveira, que foram de uma entrega fantástica e qualidade de primeira liga. O avançado português acabou mesmo por marcar e sentenciar o jogo, marcando o segundo golo em jogada individual, grande golo Nélson!Resultado final 2-0!

Recital de humildade em Saragoça
O Valladolid foi a Saragoça mostrar o porquê de ter subido ao primeiro escalão. Humilde, tranquilo e com um jogo bastante apoiado, conseguiu criar muito perigo entre-linhas abrindo sempre o jogo para uma ala direita ofensiva de grande nível. Fantástico jogo de Ebert e Rukavina, o alemão e o croata entenderam-se às mil maravilhas e fizeram daquele corredor, a estrada principal que os levou ao triunfo. O Saragoça do português Postiga, bastante apagado por sinal, mostrou sinais de cansaço, de falta de ideias e de irregularidade no seu estilo de jogo. Faltou movimentação e circulação de bola, faltou humildade para encarar este jogo como se fosse o último e decisivo. Enfim, resultado final, 0-1 para o Valladolid.

Novo Milagre em Vallecas
Para quem se lembra, o Rayo Vallecano salvou-se na época transata com um golo já nos descontos. Pois nesta primeira jornada, decidiu repetir, o espanhol Trashorras fez aos 90 minutos o único golo do jogo, dando a vitória aos madrilenos. Mais um milagre em Vallecas!
Jogo muito bem disputado, num meio campo algo confuso e uma exibição interessante do jovem francês Arabi, que foi sem dúvida o grande desiquilibrante da equipa do Granada. Jogo que merecia terminar empatado, não só pelas ocasiões de golo, como também pela atitude de ambas as equipas.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Portugal - Espanha: A minha previsão (Publicada no jornal dez)


Portugal terá pela frente a favorita Espanha, uma equipa madura com um estilo de jogo bem conhecido, que se baseia sobretudo na posse de bola. A sua grande caracteristica a nível ofensivo, é a criação rápida de linhas de passe e constante movimentação dos seus jogadores procurando os espaços vazios. Os laterais têm um papel importante na equipa, subindo com regularidade e aparecendo nas costas da defesa aproveitando os espaços criados pelas diagonais dos seus alas.


Portugal terá que ser capaz de destruir a teia montada pelo fortissimo meio campo de “nuestros hermanos”. Com solidariedade nas dobras e sobretudo rapidez e atitude, os lusos serão obrigados a reduzir os espaços entrelinhas e cuidar as costas dos laterais.

Esta seleção portuguesa já mostrou contra a Alemanha, um elevado potencial defensivo, o que garante a Paulo Bento confiança, ou se quisermos utilizar a sua expressão favorita, tranquilidade. O problema estará a nível ofensivo, a transição defesa ataque é o grande desafio para este jogo, prevendo-se bastante trabalho para Moutinho e Meireles. Os médios portugueses, com excelentes atributos Box-to-Box (capacidade de jogar nas duas áreas de jogo), serão a chave para esta partida. Com a obrigação de recuar ajudando na destruição de linhas de passe e reduzindo ao máximo os espaços no meio campo, é-lhes igualmente pedido que conetem o jogo defensivo com o jogo ofensivo da seleção nacional.

Certo é, que Espanha tentará anular o ataque português pressionando a primeira linha, para responder a isso, Paulo Bento necessitará de um ponta-de-lança capaz de segurar o jogo e ganhar tempo para que Moutinho ou Meireles recuperem as suas posições ofensivas. Neste setor, Paulo Bento será obrigado a mexer no onze, com a ausência forçada de Postiga, só o técnico português sabe quem estará em melhores condições para entrar de ínicio.

Cristiano Ronaldo, será um problema para Espanha se a transição defesa ataque funcionar, e se Portugal for capaz de jogar no ultimo terço do campo. No último jogo oficial entre ambos, precisamente no Mundial 2010, a Espanha conseguiu anular a presença do 7 português, obrigando a seleção nacional a elaborar passes em profundidade facilmente controlados pela rápida defesa espanhola. É certo que o estilo de jogo mudou com Paulo Bento, esta equipa tem mais capacidade de posse de bola, ao contrário da equipa de Queirós, que perdia capacidade de passe com Pepe a médio defensivo. Portugal está melhor que no Mundial passado, a troca de João Pereira por Ricardo Costa, de Ricardo Carvalho por Miguel Veloso, recuando Pepe para central, de Tiago por Moutinho e Nani por Simão, dão outra frescura a esta seleção, mais velocidade e atitude na transição de bola e mais poder de transporte de jogo.

Quanto ao aspeto tático de ambas as equipas, não haverá surpresas, jogarão com o seu estilo de jogo habitual, por certo bastante maduro e personalizado. As únicas dúvidas residem no 11 inicial, precisamente no tão discutido número 9. O mais provável será que Del Bosque mantenha Fabregas, e que Paulo Bento confíe em Hugo Almeida para entrar de inicio.

 


Paulo Bento, conta com todo o plantel disponível, à exceção do lesionado Postiga. Os jogadores que estavam em risco de suspensão, Fábio Coentrão, Cristiano Ronaldo, Raul Meireles, João Pereira, Hélder Postiga, Miguel Veloso e Nani conseguiram “limpar” os seus amarelos, ou seja, mesmo que um destes jogadores veja o amarelo, poderá disputar a final de Kiev. A nível de favoritismo, já aqui foi dito que Espanha leva vantagem, mas é bom dar uma vista de olhos às estatísticas. Em 7 jogos oficiais disputados entre estas duas seleções, 2 resultaram num empate, 4 em vitórias da Espanha e apenas 1 em vitória para Portuga. A vitória portuguesa foi precisamente no único campeonato europeu em que Portugal chegou à final, o de 2004, com golo de Nuno Gomes no estádio de Alvalade.


Não fazia sentido terminar esta previsão sem antes falar no último jogo entre ambas as equipas, apesar de amigável, é um bom preságio para a seleção nacional, os 4 a 0 no estádio da luz deixam boas indicações para a seleção nacional e mostram o caminho certo para eliminar esta favorita espanha. Relativo a esse jogo, talvez a ausência de Carlos Martins seja a única grande nota, o português esteve bastante bem na conexão defesa ataque, aparecendo varias vezes na zona de finalização. Esperemos então, que especialmente Moutinho, continue com o seu elevado nível de qualidade e continue a brilhar neste europeu, fazendo esquecer o tal numero 10 que tanto falta nos faz.

Estão assim lançados os dados, Portugal poderá provar neste jogo que cresceu durante este Europeu, e que se encontra preparado para derrubar a favorita Espanha seguindo o seu imaculado caminho para mais uma final europeia.

Portugal - Rep. Checa: A minha análise (Publicada no Jornal Dez)

O desfile da seleção nacional neste europeu mostra sobretudo, personalidade, espirito de equipa e rigor tático. Felizmente, o aparecimento da qualidade técnica de jogadores chave, tem se sumado a esta embarcação que desde a passada quinta-feira se encontra em porto seguro. A viagem até este Top 4 europeu, tem sido dificil, e se analisarmos com cuidado, reparamos que o nível de dificuldade tem diminuído de jogo para jogo. Será devido a um crescimento na qualidade de jogo Luso?, ou será que os adversários têm sido mais fracos de jogo para jogo?
Esta resposta poderá ser dada já no jogo de amanhã, isto porque, teoricamente a Espanha está ao nível da nossa primeira adversária, Alemanha. Se Portugal realmente cresceu durante este europeu, terá então todas as possibilidades de eliminar este colosso do futebol atual e confirmar um salto importante na qualidade do seu jogo.

Analisando Portugal 1-0 Rep. Checa
Portugal dominou durante 80 minutos uma seleção notóriamente inferior nos três terços do campo.  A seleção nacional foi mais consistente, mais madura e sobretudo mais equipa durante a maior parte do jogo. A Rép. Checa entrou melhor, com mais atitude e vontade de marcar, acabando mesmo por criar algumas situações complicadas para a defesa portuguesa. A partir dos 10 minutos de jogo a história muda, Portugal assume o comando e mostra a sua personalidade, dominando a partida e a posse de bola (65%) até ao final do jogo. Numa segunda parte fantástica da seleção nacional, os Lusos conseguiram profundizar o seu jogo, aparecendo sobretudo um Nani mais solto e com mais ideias. A equipa de Paulo Bento chegou várias vezes à baliza checa mas apenas aos 79 minutos, num lance de desiquilibrio pelo lado direito, João Moutinho cruza para area e Cristiano Ronaldo resolve com um cabeceamento exemplar.

Será que Portugal cresceu durante este europeu?
Portugal entrou com o seu habitual 4-1-2-3, desdobrado num 4-3-3 ofensivo. Paulo Bento, estruturou a equipa com o mesmo desenho e entrou com o seu onze de gala. Rui Patricío, Fábio Coentrão, Bruno Alves, Pepe, João Pereira, Miguel Veloso, Raul Meireles, Moutinho e na frente, Ronaldo, Postiga e Nani.

Sem qualquer novidade no onze ou até mesmo mudança tática, Portugal mostrou ser um equipa consistente, lutadora e dominadora. Contudo, falta mais eficácia no último passe e mais velocidade na transição defesa ataque. A nível psicológico, a equipa mostrou mais confiança, mais vontade de arriscar no 1 para 1 e atitude, especialmente em momentos de pressão. Portugal durante este europeu tem ganho força e criatividade ofensiva, o que se traduz em golos, 6 em 4 jogos. O grande responsável por este aumento de potencia ofensiva é sem dúvida Cristiano Ronaldo, o atacante português é já o recordista de numero de bolas no ferro em fases finais, e está a apenas 3 golos de bater o recorde de Platini, como melhor marcador de sempre.

De todos os modos nem tudo foram rosas a nivel ofensivo e Paulo Bento terá que rever o papel do ponta-de-lança, é importante que seja capaz de aguentar a pressão dos defesas e consiga soltar a bola se possível para as alas, só assim Moutinho ou Meireles terão tempo para subir no terreno e criar desequilíbrios no último terço. Postiga com nota negativa neste jogo, e Hugo Almeida, foram incapazes de jogar de costas para a baliza, talvez Nélson Oliveira seja o jogador com melhores caracteristicas para aguentar a bola nos pés.
A nível defensivo, a nossa seleção não foi testada como se esperava num jogo de quartos de final. Contudo, seria importante melhorar as dobras dos centrais que mesmo sem muito trabalho, tiveram algumas dificuldades, principalmente quando Baros descaía para o lado esquerdo da defesa portuguesa. Exceptuando isso, nota bastante positiva para o setor defensivo, especialmente Pepe, que tem sido juntamente com Hummels o melhor defesa central do torneio. Nos cruzamentos ao segundo poste, deu para ver algumas melhorías, principalmente nas saídas de Rui Patricio que felizmente tem vindo a ganhar confiança de jogo para jogo.

O trio de meio campo, esteve com bastante trabalho principalmente na primeira parte, os checos bastante agressivos e pressionantes, foram cortando linhas de passe e reduzindo espaços, o que deixa Portugal sem possibilidades de desequilibrar no 1 para 1. Os mais prejudicados foram Nani e Raul Meireles, uma primeira parte fraca dos jogadores da premier league, incapazes de carimbar a sua qualidade e importância nesta equipa desenhada por Paulo Bento. Ao contrário destes, João Moutinho, tem mostrado especialmente a Carlos Queirós, que a sua ausência no último mundial, foi uma autentica injustiça e diria mesmo, estupidez.

Quanto às substituições, a entrada de Hugo Almeida é aceitável, numa troca por troca, só Paulo Bento sabe quem está em melhores condições para jogar. A entrada de Custódio para o lugar de Nani, é compreensível, com o objetivo de travar o avanço do meio campo checo, dando mais frescura ao português e libertando Miguel Veloso para tarefas mais ofensivas. O que não se entende é a entrada de Rolando, Portugal não estava a ser pressionado, não necessitava mudar o estilo de jogo para um 3-5-2 recuado, e com tudo isto, arriscava-se a ir para o prolongamento sem mais substituições e com uma equipa bastante defensiva.

Conclusão, Portugal consegue um “satisfaz bastante”, contra uma equipa que inicialmente prometia, mas que durante o jogo mostrou que se encontra em processo de renovação e que lhe falta alguma madurez sobretudo a nível ofensivo, talvez também pela ausência forçada de Rosicky. Vitória mais que merecida, com nota alta para Moutinho e nota excelente para Cristiano Ronaldo. O madeirense, já leva 3 golos e é juntamente com Gomez, Dzagoev e Mandzukic o melhor marcador da prova, para além disso, conta juntamente com Ozil, Iniesta e Pirlo com a segunda nomeação como melhor jogador do jogo.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Profetas do Futebol (Publicado 9ª Edição Jornal Dez)

O mundo do futebol é uma realidade mágica que só os que o vivem e o conhecem têm o privilégio de saborear momentos únicos. O futebol é mais que um desporto, mais que uma mera competição, mais que um simples jogo entre duas equipas. É um culto que nos faz sorrir e chorar de emoção, abraçar e cantar com os nossos, saltar e gritar bem alto o nome da nossa equipa e suspirar para nós mesmos, obrigado futebol!
Neste Europeu temos testemunhado momentos exemplares de adeptos que amam o desporto mais popular do mundo e o vivem intensamente, transformando-o numa autêntica festa de cores, cânticos e convívio entre diferentes culturas. Como nada é perfeito, toda esta onda exemplar, é contrastada com pontuais atos sujos e violentos pelos bares e ruas dos países organizadores.

Dos vários encontros já disputados, destaca-se o exemplo de fair-play e paixão, que os adeptos irlandeses demonstraram no jogo contra a Espanha. É importante referir que durante os 90 minutos, a Irlanda foi totalmente dominada pelo espetacular futebol espanhol, e que com essa derrota estava automaticamente eliminada da competição. Se dentro das quatro linhas a Espanha dava um recital de futebol, nas bancadas eram os irlandeses a brilhar e encantar. Mais de 30 mil adeptos cantaram durante alguns minutos a célebre canção popular irlandesa “The Fields of Athenry”, uma música que descreve o triste período designado de Grande Fome Irlandesa (1845-1849), onde como o próprio nome indica, a fome, as doenças e emigração em massa, mataram mais de 1 milhão de pessoas e forçou outro milhão a emigrar da ilha.
Para quem ama e respeita o futebol, é um prazer testemunhar momentos como este, e é também importante, entender a origem e significado de certos cânticos, faixas ou até mesmo atitudes. Neste caso em particular, os irlandeses quiseram demonstrar que mesmo em momentos difíceis, estão ao lado da sua seleção e que cantando conseguem passar uma mensagem de união, demonstrando uma força única para ultrapassar os seus problemas. Parabéns e obrigado Irlanda!

O contraste poluído vem das batalhas campais nas ruas e bares de Varsóvia e Poznan, sendo a mais grave entre adeptos Russos e Polacos. A história “Mais que um jogo”, préviamente contada neste jornal, confirmou que existem ainda, adeptos que usam o futebol para expressar as suas fracas atitudes e comportamentos, transportando para este desporto o renascimento de histórias que a sociedade tenta esquecer. Para todos os que sabem viver no mundo futebolístico é inútil desenvolvermos temas que nos desiludem e nos deixam tristes, manchando toda a palete de cores vivas e alegres que pintam este europeu.

Com os quartos-de-final a bater à porta, o escaldante Alemanha - Grécia será o jogo mais apetecido para misturar politica com futebol. O ambiente à volta deste confronto é pesado e delicado, o que possivelmente causará um derrame de atos que nada dignificam o desporto. Infelizmente a política medíocre estará sempre conetada a veículos de comunicação com visibilidade sem fim, e o futebol é um desses veículos.
Num ambiente desta natureza, só os profetas do futebol serão capazes de dar uma lição de fair-play e convívio, dentro e fora do estádio. Esperemos então que os protagonistas baratos deixem de lado os seus problemas e desfrutem como nunca, de todos os ingredientes maravilhosos que este Europeu tem para oferecer.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Grupo B: Análise à 1ª Jornada e Previsão para os próximos jogos (Publicado na 8ª Edição do Jornal Dez)


Depois de uma análise teórica, ficamos a perceber na prática o porquê de se chamar ao grupo B, o “grupo da morte”.
Com a surpreendente vitória da Dinamarca frente a uma enferrujada laranja mecânica, o grupo fica ainda mais equilibrado e coloca os escandinavos numa posição confortável na classificação, empurrando a favorita Holanda para o desespero. O segundo e mais esperado jogo do grupo, demonstrou um equilíbrio entre duas das seleções mais fortes deste europeu, ambas com um estilo de jogo bem definido e com excelentes apontamentos para os jogos que se avizinham. Portugal deixou excelentes indicações, mas pecou onde sempre peca, na finalização. Sem surpresa, mas também sem brilho, a Alemanha demonstrou que tem equipa e qualidade para chegar longe nesta competição. Por fim a Holanda, desiludiu, mas não se rendeu, e tem no próximo jogo contra os alemães, uma excelente oportunidade de reentrar na corrida pelos quartos.

Próximos jogos
Portugal deixou bons apontamentos para o próximo jogo, personalidade, atitude e excelente posicionamento táctico. Faltou apenas a finalização e para isso a equipa de Paulo Bento terá que ser capaz de criar mais ocasiões de golo. O jogo contra a Dinamarca, será um jogo diferente, onde Portugal ao contrário deste, é favorito, e é obrigado a vencer. Paulo Bento terá que entrar para ganhar assumindo o jogo, abdicando de um dos médios defensivos e colocando em jogo Hugo Viana ou Ruben Micael, jogadores com atributos mais ofensivos capazes de aparecer na zona de finalização e ajudar Postiga no último setor.


A Dinamarca jogou e convenceu, uma equipa tranquila que gosta de ter a bola nos pés, mas que pressionada poderá sentir algumas dificuldades. Contra Portugal, o seu grande problema será parar as alas lusas que com a subida dos laterais obrigará à descida de Rommedahl ou à dobra de um dos seus médios defensivos. Veremos se os escandinavos são capazes de manter a regularidade e ultrapassar a ambição lusa.


A Holanda não tem outra saída senão pontuar no jogo contra a grande favorita Alemanha, veremos se o selecionador holandês mexe no seu onze e dá algum dinamismo ao meio campo laranja. É indiscutível o valor desta seleção, apenas falta afinar a troca de bola no meio campo e dar mais profundidade com a subida dos laterais. Contra a Alemanha, terá que jogar mais rápido e mais apoiado, talvez colocando Huntelaar como referencia no ataque passando Van Persie para a direita e Robben para a esquerda, deixando Afellay como um excelente recurso no banco. 


A Alemanha tem obrigação de mostrar mais a nível ofensivo, de qualquer forma, como aqui já foi dito, esta seleção tem tudo para ganhar esta competição. Contra a Holanda e comparando com o seu último jogo frente a Portugal, prevê-se um jogo mais fácil a nível ofensivo, mas também mais difícil a nível defensivo. Com Sneijder no meio campo, Schweinsteiger e Khedira serão obrigados a recuar mais no campo e a fechar os espaços à entrada da área, e mais se complica se a Holanda decidir explorar as alas, obrigando um dos médios defensivos a apoiar os laterais. Será certamente um grande jogo de futebol entre a terceira e a quarta classificada do ranking FIFA.

Alemanha - Portugal: A minha análise (Publicada na 8ª Edição Jornal Dez)


Neste jogo, tanto Alemanha como Portugal estiveram bastante bem no aspeto tático, e proporcionaram um jogo bastante equilibrado. A Alemanha acabou por vencer Portugal por 1-0, num lance que mistura a sorte com o instinto matador de Mário Gomez.
 A nível de substituições pouco a dizer, os dois técnicos arriscaram pouco, fazendo apenas troca por troca com a exceção da entrada de Varela que analisaremos mais à frente. O encontro ficou marcado sobretudo pela falta de eficácia dos lusos, deixando um sabor amargo de frustração na equipa de Paulo Bento e um sabor agridoce na equipa alemã.

Numa primeira parte equilibrada em que as duas seleções demonstraram um comportamento tático exemplar, notou-se um ligeiro ascendente alemão, talvez devido a um excessivo respeito dos lusos pelos principais favoritos a vencer esta prova.
A primeira oportunidade de golo foi para Mário Gomez, aparecendo a cabecear solto de marcação na zona de penalti. A partir desse momento, a Alemanha foi atacando esporadicamente a defesa portuguesa criando algumas situações de perigo, mas sempre num ritmo lento e sem ideias. Nos últimos 15 minutos da primeira parte, Portugal sentia-se confortável no jogo e chegou mesmo a criar a melhor ocasião da primeira parte com o remate de Pepe ao travessão da baliza de Neuer.

Muitas expectativas para a segunda parte, onde se esperava uma mudança de ritmo e um estilo mais aberto, com mais espaços para as alas criarem jogo e proporcionarem mais oportunidades de golo. Houve realmente uma mudança de ritmo, mas o estilo de jogo de ambas as equipas manteve-se.
Até ao momento do golo (min 72), o jogo esteve sempre bastante equilibrado, e de certa forma controlado por Portugal que conseguia travar o meio campo e as alas alemãs, e que por momentos criava desequilíbrios, se bem que inconsequentes.
O momento do jogo, chega a 18 minutos do final, um cruzamento de Khedira desviado pelo braço de Moutinho que cai direitinho na cabeça do matador Mario Gomez, que com um cabeceamento exemplar bate Rui Patrício.
A partir do golo só deu Portugal e as entradas de Varela e Nelson Oliveira deram mais frescura e ideias à seleção, que até ao final de jogo pressionou e criou excelentes oportunidades para empatar o jogo.

Alemanha com estrela de campeão

Os alemães entraram no jogo com pouca velocidade, poucas soluções e ideias pouco claras. Logicamente que não se devem tirar conclusões no primeiro jogo, mas analisando a fundo este encontro, ressaltam-se algumas notas que podem ser chave nos próximos jogos.
Joaquin Löw não prescindiu do seu 4-2-3-1 composto pela espinha dorsal do Bayern de Munique. O selecionador alemão acertou na inclusão do central Hummels em vez de Mertesacker, o defesa central do Borussia Dortmund foi dos melhores em campo e mesmo empurrando Boateng para o lado direito e Lahm para a esquerda, conseguiu juntamente com Badstuber criar um autêntico muro defensivo. No meio campo,  Schweinsteiger e Khedira foram a dupla responsável tanto pelo apoio defensivo, como no apoio a Ozil na condução do jogo ofensivo. Nas alas, Muller e Podolsky bem abertos no apoio a Mario Gomez.

A Alemanha não fez uma exibição de encher o olho, mas foi uma equipa coesa, com um futebol bastante vertical e direto. Esta seleção tem matador, tem muro defensivo e tem um excelente veículo de comunicação entre setores. Neste primeiro jogo, o único aspeto negativo foi a falta de ideias na comunicação entre meio campo e ataque, muito devido à pressão da seleção Portuguesa. Veremos se contra a Holanda esta comunicação é mais eficaz, mais fluida e é capaz de criar mais ocasiões de golo.

Portugal com personalidade mas sem eficácia
Portugal entrou com o seu onze de gala e o seu habitual 4-1-2-3, bastante apoiado no meio campo, reduzindo os espaços entrelinhas e deixando pouca margem de manobra para os médios alemães desequilibrarem.
Em geral a equipa de Paulo Bento esteve bem, Rui Patrício sempre muito seguro, uma defesa bem montada com Pepe e Bruno Alves bem sincronizados e os laterais muito atrevidos, especialmente Coentrão. No meio campo, Veloso um pouco lento mas bem na comunicação com o ultimo setor e na redução de espaços na frente da defesa. Moutinho e Meireles, bastante preocupados em anular os médios alemães, aparecerem pouco na zona de finalização e tiveram algumas dificuldades em conetar o jogo com Helder Postiga.
Cristiano Ronaldo e Nani, bem longe da sua melhor forma, mostraram algumas dificuldades em conduzir a bola até à área adversária. Postiga que mesmo perdido no muro alemão conseguia dominar a bola e distribuir para as linhas, faltou golo ao vila-condense. A entrada de Varela, deu mais ritmo ofensivo a Portugal e deixou Nani mais solto, o que ajudou Nelson Oliveira nas manobras ofensivas e obrigou Khedira a recuar bastante no terreno. 

Dinamarca - Holanda: A minha análise (Publicado na 8ª Edição Jornal Dez)

Um jogo bastante interessante, aberto, com ambas as equipas a pressionar o primeiro setor e com uma Dinamarca bem desenhada tacticamente. Os escandinavos souberam aproveitar um dos pontos fracos desta laranja mecânica, a transição defesa ataque, a Dinamarca pressionou bem a primeira linha holandesa e causou grandes dificuldades no transporte de bola, obrigando os laranjas a jogar em passes longos. Logicamente que a partir do momento que a bola chega ao último terço do campo, é difícil parar jogadores como Robben, Sneijder, Affelay ou até mesmo Van Persie. Estes quatro craques atacaram praticamente sozinhos durante todo o jogo, com um Van Bommel lento e um De Jong preso às suas raízes de médio defensivo mostrando uma pobre condução de bola.
A Dinamarca jogou com o seu habitual, 4-1-4-1 defensivo, desdobrado num 3-4-3 ofensivo, procurando a posse de bola e abrindo o jogo nas alas, aproveitando o mau momento de Van der Wiel e da estreia do jovem de 18 anos, Willems.

O jogo começou com uma Holanda num esquema de 4-2-3-1 lento nas transições e com um estilo de jogo completamente partido. Quatro jogadores de grande nível na frente e seis jogadores com bastantes limitações no setor defensivo. Sem conexão defesa ataque, obrigava os 4 da frente a criarem jogo sem qualquer apoio dos médios defensivos e principalmente sem a subida dos laterais. A Holanda conseguiu criar algumas oportunidades de golo, especialmente a ocasião de Robben ao poste da baliza escandinava, mas sempre originadas pelo desacerto dos defesas ou do guarda-redes dinamarquês.
Ao minuto 26 surgiu o único golo do jogo, como previsto, o desequilíbrio surgiu pelo lado esquerdo do ataque dinamarquês, e na primeira subida de Simon Poulsen, surge o golo de Krohn-Dehli. Uma jogada rápida contra uma defesa lenta e incapaz de parar a entrada do holandês, que na cara do guarda-redes coloca a bola no fundo das redes.

A primeira parte terminou com o Dinamarca em vantagem no marcador, vantagem que castiga o futebol triste da Holanda e premeia o excelente planeamento tático da equipa escandinava.

Na segunda parte esperávamos uma mudança no estilo de jogo holandês, o que não se verificou, o treinador Van Marjwik decidiu manter o 11 inicial e as coisas continuaram na mesma. Só ao minuto 26 da segunda parte, o selecionador holandês decide mexer no jogo, introduzindo Huntelaar e Van der Vaart. Tudo bem até se constatar a posição dos jogadores, passagem de Sneijder para a esquerda, Van Persie para segundo avançado e Van der Vaart no meio campo ao lado de Van Bommel. Um erro táctico claro, visto que nesse momento a Holanda necessitava abrir o jogo empurrando os médios dinamarqueses para as alas, abrindo assim espaço para Van der Vaart e Sneijder desequilibrarem e até tentarem a meia distancia. Com Sneijder na esquerda e Robben na direita, ambos a fazerem diagonais para o meio, a Holanda não ganhou espaços, muito menos abriu o jogo, e o meio campo dinamarquês sentiu-se cómodo, tendo apenas que fechar as linhas de passe e os espaços à entrada da área.
Interessantes foram as substituições do selecionador Olsen, que se preocupou mais em ter jogadores com toque de bola e capazes de segurar o jogo, que passar para um estilo de jogo mais defensivo, introduzindo em campo jogadores de carácter mais defensivo. Com a entrada de Schöne e MiKkelsen, a Dinamarca ganhou frescura na troca de bola e na movimentação defesa ataque, mantendo o seu estilo até ao final do jogo.

Vitória justa da Dinamarca que mostrou um jogo atrativo e simpático, deixando excelentes indicações para o jogo contra Portugal. Palavra também para o enorme jogo do médio dinamarquês Zimling, perfeito no setor defensivo e solidário no apoio ao ataque, aparecendo várias vezes na zona de finalização. Quanto à Holanda terá que rever o seu estilo de jogo e experimentar um estilo mais apoiado, refrescando o meio campo com jogadores mais rápidos e com maior capacidade para transportar a bola.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Seleção Dinamarquesa: A minha Análise (Publicada no Jornal Dez)

Para quem já não se lembra do hino “Der er et yndigt land”, que traduzido para português significa “Há uma bela terra”, relembro que foi o hino que soou mais alto no Europeu de 1992. Nessa altura apenas 8 equipas disputavam a competição e com a ausência forçada da ex-Jugoslávia devido à guerra dos balcãs, a Dinamarca ocupou o seu lugar e mesmo sem a sua estrela do momento Michael Laudrup, venceu a competição.
Neste campeonato europeu, não tem outra saída senão erguer novamente a bandeira da surpresa e deixar para trás equipas como Portugal, Alemanha ou Holanda.


A Dinamarca é uma equipa liderada já há 12 anos por Morten Olsen e que combina a qualidade técnica e fisica de jovens como Christian Eriksen, Simon Kjær, D.Agger e Bendtner com jogadores experientes como Dennis Rommedahl, Christian Poulsen ou Jacobsen. Equipa forte fisicamente, com atitude, excelente jogo aéreo, boa definição tática e que sempre nos habituou a um estilo de jogo mais refinado e simpático que o habitual escandinavo.


Na baliza confirmou-se a pior notícia, Thomas Sorensen de 36 anos, foi forçado a abandonar o estágio devido a uma lesão contraída no amigável contra o Brasil. Para o seu lugar Morten Olsen chamou o filho do mítico Peter Schmeichel, Kasper, jovem de 25 anos que joga atualmente no Leicester City.
A titularidade será disputada por Stephan Andersen de 30 anos, atual guarda-redes do Évian de França, e Anders Lindegaard guarda-redes do Manchester United. Andersen leva vantagem pelo numero de jogos realizados esta época e pela sua experiência. Lindegaard fez apenas 8 jogos pelo Man Utd e sempre na sombra do recém contratado De Gea.


No setor defensivo, Simon Kjær e Daniel Agger serão os centrais de serviço, bons no jogo aereo e fortes fisicamente, deixam um pouco a desejar na velocidade e na saída rápida a possiveis dobras aos laterais.
Para as linhas, Simon Poulsen e Lars Jacobsen são os prováveis candidatos. Jacobsen jogador do Copenhague, jogou apenas 7 jogos pela sua equipa e na sua sombra está o jogador do Benfica Daniel Wass, que emprestado aos franceses do Évian realizou 22 jogos e marcou 4 golos. No lado esquerdo, Simon Poulsen, jogador do AZ Alkmaar é o indiscutivel titular, jogou 50 jogos e marcou 4 golos, está na sua melhor forma de sempre e tem um papel importante nesta seleção.


No meio campo defensivo, William Kvist ou Silberbauer serão os responsáveis por arrumar a casa, sendo Kvist um jogador com melhor capacidade técnica e com mais qualidade para sair com a bola no pé.


No meio campo ofensivo estará indiscutivelmente Christian Eriksen, o jogador do Ajax de apenas 20 anos é um jogador recheado de talento e com um estilo de jogo muito similar ao de Michael Laudrup.
Na ala esquerda jogará Krohn-Dehli e no centro do campo apoiando Eriksen, estará Niki Zimling. No banco de suplentes, a estrela será Christian Poulsen, longe dos seus tempos em Itália, mas ainda com a capacidade de pautar um estilo de jogo mais maduro e de gestão do resultado.
No lado direito e um pouco mais avançado aparece o veterano Dennis Rommedahl, com um estilo de jogo muito vertical e direto. O jogador do Brondby tem como carateristicas principais, a sua velocidade e desmarcação nas costas dos laterais, aparecendo várias vezes em zonas perigosas e previligiadas para assistir o avançado de serviço.


Nicklas Bendtner é o matador da equipa, jogador do Arsenal emprestado ao Sunderland por decisão de Wenger, é um jogador que mistura a força escandinava com uma pitada de técnica latina permitindo-lhe jogar sozinho na frente. É um avançado que encaixa perfeitamente no estilo de jogo dinamarquês, recebe bem de costas para a baliza e distribui com qualidade para as linhas criando vários espaços para a entrada dos médios ofensivos.


Táticamente é uma equipa bastante personalizada e com um estilo de jogo bem maduro, e isso fêz-se notar na fase de qualificação.  Em 8 jogos perdeu apenas 5 pontos, 3 contra Portugal e 2 na Noruega, sofrendo apenas 6 golos em toda esta fase.


O seu habitual 4-1-4-1 desdobrado em 4-3-3 ofensivo, é conduzido pelo talentoso Eriksen e pelas subidas frequentes de S.Poulsen pelo lado esquerdo. Com um futebol de posse de bola bastante apoiado no meio campo e desmarcações nas linhas, a Dinamarca é obrigada a abrir e profundizar demasiado o jogo, o que a nível defensivo cria bastantes espaços entre-linhas causando problemas para os seus lentos centrais e para um meio campo incapaz de bloquear a transição contrária.


Portugal terá que rever o jogo de Copenhague onde foi claramente dominado, não conseguindo travar a transição defesa ataque da equipa dinamarquesa. Cuidados especiais para o talento do organizador Ericksen, para o intrometido Simon Poulsen, para a velocidade de Rommedahl e para o instinto matador de Nicklas Bendtner.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Seleção Portuguesa: A minha análise (Publicada no Jornal 10)


A seleção Portuguesa tem mostrado nestes últimos anos uma regularidade competitiva, que lhe permite chegar a este campeonato europeu como uma das equipas mais respeitadas da competição.

Talvez pela triste campanha na fase de qualificação e por muitas dúvidas em relação a este novo ciclo Paulo Bento, não se considere a seleção das quinas como uma das principais favoritas. Portugal, a quinta classificada no ranking FIFA, é vista pelos apostadores como a sétima equipa favorita a conquistar o troféu.

Analisando a lista de 23 jogadores existem poucas surpresas, o selecionador nacional leva ao campeonato europeu os jogadores em quem mais confia, independentemente do seu rendimento esta época.

Surpresas na lista de convocados
Custódio, Miguel Lopes e Nelson Oliveira são as grandes e agradáveis surpresas na lista de convocados. Os jogadores do Sporting de Braga tiveram uma boa prestação na liga portuguesa e encaixam-se perfeitamente nas necessidades da seleção nacional. O jovem do Benfica tem aqui uma excelente oportunidade para crescer e conquistar uma posição na seleção, tendo em vista futuras competições.

A chamada do médio Custódio reforça o setor defensivo e garante a Paulo Bento um jogador com caracteristícas impares nesta lista de convocados, bom jogo aéreo, atitude, forte fisicamente e com uma capacidade tática bem apurada. O técnico português conhece bem o jogador vimaranense dos tempos em que treinava o Sporting e considera-o uma mais valia no meio campo principalmente num estilo de jogo mais defensivo.

O defesa direito Miguel Lopes teve um excelente rendimento ao longo da fase final da época, é um jogador forte no posicionamento tático, com exibições regulares e com alguma polivalência. Assegura assim uma solução para substituir João Pereira no lado direito e até mesmo Fábio Coentrão no lado esquerdo.
Neste setor a surpresa foi exclusão de Nélson e Eliseu, o jogador do Betis, que foi chamado para a última convocatória no jogo contra a Polónia, teve uma época mais irregular e chumbou no teste de Varsóvia onde não se conseguiu impor e dar garantias a Paulo Bento. Eliseu fez a sua melhor época de sempre e foi um jogador importantíssimo para Pellegrini. Talvez fosse o jogador que mais merecesse estar entre os convocados.

Finalmente a última surpresa, Nélson Oliveira, ponta de lança com excelente margem de progressão, rápido e forte fisicamente, foi no último mundial Sub-20, um dos melhores jogadores do torneio e é considerado por muitos uma grande promessa para o futebol português. Esta época conseguiu golos importantes e exibições simpáticas que o obrigam a uma presença mais assídua na próxima temporada. É um jogador que a ser utilizado, pode dar alguma frescura na frente de ataque e impor ideias novas no último setor.

Caso Hugo Viana
O que surpreendeu nesta convocatória, foi a explicação dada por Paulo Bento e a falta de coerência em relação à ausência de Hugo Viana. Começou por dizer que era um jogador que não se adequava ao estilo de jogo português e acabou convocando o médio do Braga após lesão de Carlos Martins.
O jogador barcelense tem qualidade para jogar na seleção e em qualquer estilo de jogo. É um jogador com excelente pé esquerdo, que consegue organizar o jogo de toda uma equipa, seja lançando em profundidade, seja em estilo de posse de bola com passes a rasgar a defesa. Bem vindo Hugo Viana!

Paulo Bento confia nos soldados de sempre
Nos restantes jogadores selecionados, não houve surpresas, tendo em conta as habituais listas de convocados do selecionador nacional.

Baliza: Rui Patrício, Beto e Eduardo. O jogador do Sporting teve uma época regular em todas as competições e será o justo titular da equipa portuguesa. Beto, campeão da Roménia pelo Cluj, será a segunda opção. O jogador de 30 anos emprestado pelo FC Porto ao clube romeno jogou 27 jogos pela sua equipa e sofreu 24 golos. Eduardo jogou pouco pelo Benfica e será certamente a terceira opção do técnico luso. O seu caminho desde o último mundial até este europeu foi recheado de turbulência e más decisões que o levaram a um regresso desesperado ao campeonato português, após uma má experiência no Génova de Itália.

Defesa: Este setor apresentará poucas surpresas em relação aos titulares, João Pereira no lado direito, Pepe e Bruno Alves como centrais e Fábio Coentrão no lado esquerdo.
Para cobrir estas posições, Ricardo Costa, M. Lopes e Rolando. O jogador do Valencia terminou bem a época e dos apenas 12 jogos presentes na liga espanhola, cumpriu e foi bastante regular. Já o jogador do FC Porto, terminou a época menos bem e poucas vezes como titular o que deixa algumas dúvidas em relação ao seu momento de forma.

Meio Campo: Custódio e Miguel Veloso serão os responsáveis pela sala de máquinas, sendo quase certa a titularidade do médio do Génova que teve uma época bastante complicada, com a sua equipa a terminar como pior defesa da Serie A e a poucos pontos da descida.
A responsabilidade na ligação defesa ataque, vai para dois jogadores bastante moralizados pelo que conseguiram este ano, Raul Meireles e João Moutinho deverão ser os titulares. No banco e preparados para entrar estarão Hugo Viana e R.Micael. A chamada do médio madeirense justifica-se por ser talvez o jogador com mais caraterísticas de número 10. A ausência de um jogador com essas caraterísticas pode causar alguns problemas, principalmente num estilo de jogo de posse de bola. Carlos Martins era o jogador que mais se aproximava dessa posição, mas infelizmente foi obrigado a abandonar o estágio devido a uma lesão muscular.

Ataque: Nani e C.Ronaldo, nomes indiscutíveis para o onze inicial, jogarão nas alas e serão os grandes responsáveis por criar desiquilibrios e aparecer na zona de finalização. Soluções? Quaresma e Varela, que chegam a este europeu um pouco em baixo de forma. Esperemos que não se faça notar a ausência de Danny, jogador que se lesionou gravemente no joelho direito, e que tem pela frente 5 largos meses de recuperação.

Finalmente os matadores, uma posição representada por H.Postiga, H.Almeida e o jovem N.Oliveira. O vila-condense leva vantagem na titularidade, marcou 9 golos em 33 jogos, e teve uma presença assídua e um papel importante no ataque do Saragoça. Já Hugo Almeida, conseguiu marcar 13 golos em 34 jogos ao serviço do Besiktas e é sempre uma boa opção.
É verdade que não são considerados grandes matadores, mas principalmente N.Oliveira e H.Postiga sabem como ser jogadores chave e levar a seleção à final de uma grande competição.

Táticamente: Portugal jogará com o habitual 4-1-2-3 desdobrado no ataque em 2-1-4-3 com apoio constante dos laterais e presença exporádica de um médio atacante na zona de finalização. Um estilo de jogo muito próprio que a nível ofensivo exige velocidade e  criatividade nas alas, e a nível defensivo, exige velocidade dos centrais nas dobras às costas dos laterais.

Figura da equipa 
Cristiano Ronaldo considerado por muitos o melhor jogador do mundo, chega a este europeu com números absolutamente impensáveis, 60 golos em 55 jogos sendo eleito melhor jogador da liga espanhola. Com uma boa prestação no europeu, poderá quebrar todas as dúvidas em relação à atribuição da bola de ouro.

Conclusão
Portugal é uma equipa que poderá causar muitos problemas aos adversários se sair rápido na transição defesa ataque e se as alas funcionarem. É uma seleção madura, com algumas debilidades é certo, mas mesmo no grupo da morte tem hipóteses de ir longe. Força Portugal!

domingo, 20 de maio de 2012

Final da Liga dos Campeões: A minha crónica

Assistimos ontem a mais uma emotiva final da mais prestigiada prova de clubes da UEFA. O Chelsea venceu o Bayern de Munique e conquistou assim a sua primeira liga dos campeões através da marca de grandes penalidades, após o empate a 1 golo durante os 120 minutos.

Ontem, ficou mais uma vez demonstrado que neste desporto, nem sempre a melhor equipa vence. Talvez não tenha sido justa a vitória do Chelsea nesta edição da liga dos campeões, mas pelo que tem feito nestes últimos 8 anos na Europa, pela final perdida em Moscovo, pelas semifinais perdidas, uma delas injustamente, e pela regularidade desta geração de jogadores nas provas europeias, penso que se faz justiça. 
Esta geração de jogadores (Cech, Terry, Lampard, Drogba…), os melhores na história do Chelsea, mereciam incluir no seu currículo, pelo menos uma liga dos campeões. No mesmo sentido digo, que os jogadores do Bayern caminham a passos largos para essa merecida vitória, pelo que fizeram este ano, pela sua regularidade e pelo aumento claro na qualidade de jogo de ano para ano.


Onze Inicial
Bayern de Munique: Neuer, Lahm, Boateng, Tymoshchuk, Contento, Schweinsteiger, Kroos, Robben, Muller (85’ Van Buyten), Ribery (96’ Olic) e Gomez.


Chelsea: Cech, Cole, Cahill, D. Luiz, Bosingwa, Mikel, Lampard, Bertrand (72’ Malouda), Kalou (83’ Torres), Mata e Drogba.


História do jogo
Quanto ao estilo de jogo das duas equipas, não houve surpresas, um Bayern dominante, com muitas ocasiões de golo, com alas bastante criativas, maior posse de bola (58%) e um maior número de remates à baliza (43) e ocasiões de golo. Por seu lado, os ingleses jogaram com o estilo previsto, bem defensivamente, muito solidários nas dobras, cortando linhas de distribuição à equipa alemã e espreitando sempre o erro do adversário, tentando sem sucesso um contra ataque rápido e directo.

Com uma história de jogo constante, o domínio do Bayern e as diversas ocasiões de golo iniciais, davam a ideia de uma rápida abertura no marcador, mas tal não aconteceu, isto porque, a prestação do guarda-redes P. Cech, a grande exibição dos defesas e do médio de apoio O. Mikel, foram adiando o golo até ao minuto 83’, quando Muller com um cabeceamento de cima para baixo, bate o checo e faz justiça no marcador.


Após o golo alemão, assistimos a um erro crasso do técnico do Bayern, que analisarei mais à frente.


A partir do golo de Muller, a história muda pouco, mas o suficiente para que Drogba aos 88’, com um cabeceamento que mais parecia um remate com o pé, fuzila Neuer e iguala a partida, forçando assim o prolongamento.
No prolongamento, a mesma história, um Bayern recheado de oportunidades de golo, sendo a melhor ocasião, o penalti de Robben defendido por Cech. Neste lance, Ribery foi derrubado na área pelo marfinense Drogba, abandonando mesmo o jogo por lesão. Esta lesão, intensifica ainda mais o tal erro de Heynckes do minuto 85’.


Na lotaria das grandes penalidades, o Chelsea foi mais feliz e conseguiu 4 golos contra os 3 dos alemães. Mata falhou para o Chelsea, e Schweinsteiger e Olic falharam para o Bayern.

  
O tanque alemão contra o muro inglês e o medo de Heynckes na recta final.
Já aqui contamos a história do jogo, e concluímos que o Bayern morre nesta final pela falta de eficácia e concentração nos momentos chave. Nada contra o onze de Heynckes, um onze ofensivo com a entrada de Muller por L. Gustavo, Contento por Alaba e Tymoshchuk por Badstuber. Obriga à descida de Kroos para o meio campo, colocando Muller no apoio central a Gomez. Na minha opinião, o Bayern com esta estrutura, não perdeu nada a nível defensivo, perdeu sim a nível ofensivo, as 3 ausências habituais, dão mais profundidade e qualidade ao jogo alemão na hora de distribuir e criar desequilíbrios. Com L. Gustavo em campo, os alemães ganham mais apoio ofensivo, com um talentoso Kroos mais solto e mais dinâmico.
Taticamente perfeito, 4-2-3-1, desdobrado num 4-1-3-2 com Muller a aparecer bastante na zona de finalização.

O erro que gostaria analisar, ocorre ao minuto 85’, minuto em que Heynckes substitui o avançado Muller pelo central belga V. Buyten. Neste tipo de jogos, principalmente a 5 minutos de um possível prolongamento e com vantagem mínima, sou sempre contra este tipo de substituições.

E sou contra porque naquele momento não era necessário, Muller estava bem, estava moralizado, e o Chelsea mesmo com a entrada de Torres não tinha criado perigo. Ainda pior quando no início do prolongamento se lesiona Ribery, neste momento, o Bayern fica a depender apenas de um cansado Robben, visto que Olic (entrou por Ribery) não é jogador para criar desequilíbrios no 1 para 1, principalmente nas alas.

Logicamente que o Bayern não perde o jogo por esse erro, mas estou convencido que ganharia mais poderio ofensivo e quem sabe chegasse ao segundo golo ainda antes dos 90 minutos, devido à obrigatória abertura do estilo de jogo inglês.


Di Matteo e a surpresa no onze
A análise da equipa inglesa começa com a grande surpresa no onze, Bertrand, este jogador de 22 anos, estrou-se nesta edição da liga dos campeões, e nada melhor que na grande final. Nem comprometeu, nem convenceu, cumpriu as ordens do treinador Italiano, estancou bem as investidas de Lahm e ajudou Cole com Robben.

A táctica de 4-4-1-1 desdobrada muito poucas vezes em 4-2-3-1, tinha como objetivo ter dois médios alas fisicamente fortes para aguentar as investidas dos jogadores alemães e ao mesmo tempo partirem rápido para o contra ataque.

A entrada de Kalou e Bertrand para as alas tinha apenas um objetivo, estancar a investida alemã e na minha opinião nada mais, não vejo que pudessem melhorar o jogo ofensivo nem tão pouco criar desequilíbrios no ataque.


Um jogo complicado para a equipa de Londres, que na minha opinião defendeu com muita qualidade, mas que fez pouco para merecer ganhar o jogo.

  
Árbitro
Boa prestação de Pedro Proença e dos seus quatro acompanhantes. Português de 41 anos e consultor financeiro de profissão, esteve bem durante todo o encontro, portanto, nota 8/10 tanto disciplinarmente como tecnicamente.


Jogadores em destaque
Drogba sem dúvida o homem do jogo, pelo golo e pelo ultimo e decisivo penalti. Uma palavra também para toda a defesa londrina e para o guarda redes Cech que estiveram acima da média.
Do lado do Bayern, o indiscutível Schweinsteiger. Fantástico, tanto no apoio às alas como aos defesas, em grande forma foi o responsável por um Bayern pressionante e ambicioso.


Lance chave: Penalti falhado por Robben
Numa fase em que se notava o erro de Heynckes, com a equipa mais lenta na transição de bola, Ribery consegue furar a defesa alemã e é rasteirado por Drogba. Ponto chave, visto que já se notava algum cansaço na equipa alemã, Com o falhanço de Robben, os alemães caíram animicamente e fisicamente.

  
Curiosidade
O Chelsea é a quinta equipa inglesa a ganhar esta competição, após Nottingham Forest, Manchester United, Liverpool e Aston Villa, sendo este país o único a ter 5 vencedores da mais prestigiada competição europeia de clubes. 5 vencedores de cinco cidades distintas mostra a força e a qualidade do futebol inglês.
Com esta vitória do Chelsea, o Braga passa diretamente à fase de Playoff da Liga dos Campeões 2012-2013 recebendo de imediato 2.1 milhões de euros. Quem perde é o Tottenham, quarto classificado na premier league, que é directamente empurrado para a liga Europa.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Final da Liga Europa: A minha previsão

Esta quarta-feira joga-se na Roménia, a final da Liga Europa, e se há um ano Portugal era rei e senhor da competição com dois representantes na final, este ano é a vez da Espanha. O encontro entre Atlético de Madrid e Athletic de Bilbao está marcado para as 19:45 na espectacular arena de Bucareste.

O equilíbrio táctico e técnico entre ambas as equipas, misturado com o desequilíbrio estatístico, fazem desta final um encontro imperdível para quem se alimenta de bom futebol. Vejamos então se vos convenço… 

Sentem-se no sofá e desfrutem da batalha entre os melhores ataques da competição. Ainda se lembram de Radamel Falcão? Pois bem, é o líder da banda de goleadores com 10 golos e o máximo goleador de sempre da Liga Europa com 27.
Se o avançado colombiano é uma ameaça, Fernando Llorente também o é, o espanhol apontado como grande candidato à titularidade na selecção espanhola, está na sua melhor forma e segundo o seu treinador Marcelo Bielsa, esta tem sido sem dúvida a sua melhor época de sempre.
Bem, avançados já temos, velocidade nas alas também, as defesas possuem um índice de permeabilidade médio, portanto, um jogo que promete golos. Quanto ao ambiente para este jogo, não há dúvidas, frente a frente as duas melhores “aficiones” espanholas com mais de 50000 pessoas presentes.

As estatísticas e o historial desequilibram a balança e favorecem a equipa de Madrid, mas estamos perante uma final europeia e frente a frente vão estar duas equipas bastante irregulares e defensivamente vulneráveis, pessoalmente aposto num jogo bastante equilibrado, decidido nos detalhes, aberto e com golos.

Bielsa “el comandante”
O treinador argentino deverá apresentar-se em Bucareste com o seu onze de gala. Sem nenhum castigado, o argentino colocará em campo o guarda-redes Iraizoz, os defesa, Iraola, Amorebieta, J. Martinez e Aurtenetxe, apoiados por Iturraspes e Ander Herrera na sala das máquinas. No meio campo ofensivo, o criativo De Marcos jogará como médio interior de apoio aos 3 atacantes, Susaeta, Muniain e a figura da equipa F. Llorente. A grande dúvida está na titularidade de Muniain, mas ao que parece o jovem craque recuperou da lesão e estará apto para a grande final.
Tacticamente, o já conhecido 4-3-3 desdobrado num 4-2-3-1 bem aberto nas alas.Quanto ao seu estilo de jogo, nada novo, tentará ser rei na posse de bola pressionando as primeiras linhas do Atlético de Madrid.

A chegada de “El Cholo” Simeone
Foi sem duvida o ponto-chave nesta temporada atribulada do Atlético, a chegada do treinador e ex-jogador argentino a Manzanares, trouxe garra, atitude, e rigor táctico, fazendo com que os adeptos pudessem voltar a sonhar, salvando uma época que a meados de Dezembro se previa, desastrosa.
Quanto ao onze, já sabemos que não poderemos contar com Tiago, o português está castigado e perderá assim a final. Sendo assim, a grande duvida paira sobre o meio campo defensivo e sobre os defesas centrais, na minha opinião, jogará Juan Fran a lateral direito, Miranda e Godín no centro da defesa e F. Luís a lateral esquerdo. No apoio à defesa, Mário e Gabi são os grandes candidatos, relegando assim o nosso conhecido Assunção para o banco. Ofensivamente, nomes que dispensam apresentação, Diego a organizador de jogo, com Adrían e A. Turan no apoio a Falcão. 
Táctica habitual, 4-2-3-1, passando algumas vezes para um 4-1-3-2, bem fechado no miolo do terreno e aproveitando saídas rápidas com Falcão e Adrían.
Quanto ao estilo de jogo, o habitual, defensivamente bem fechado, bastante apoiado e ofensivamente direccionado a Falcão, com subidas regulares dos laterais e tabelas interiores entre Diego e os avançados colchoneros.

Lances Chave
As bolas paradas e a transição defesa ataque com passes em profundidade são para mim os lances chave deste jogo.

Figuras: Fernando Llorente e Radamel Falcão
Havendo jogadores de grande qualidade como Diego, Adrían, Muniain ou J.Martinez, na minha opinião as grandes figuras são mesmo os avançados de ambas as equipas.

Arbitro
Wolfgang Stark, alemão de 42 anos será o árbitro do jogo. Este bancário de profissão terá pela frente o grande desafio de mostrar ao mundo futebolístico a sua duvidosa qualidade como categoria internacional. Em 2011 foi considerado pelos jogadores da bundesliga o pior árbitro da primeira volta, sendo nesse mesmo ano, o responsável pela célebre expressão de Mourinho, “porqué?”. Isto porque foi o árbitro que expulsou Pepe por entrada perigosa a D.Alves, no jogo das meias finas da liga dos campeões contra o Barcelona. Este ano já arbitrou equipas portuguesas, Man City-Porto e Sporting-Metalist com actuações regulares.

Prognóstico percentual: Vantagem mínima para o Atlético de Madrid
Vantagem mínima para os colchoneros, pela história, pelas estatísticas e pela posição na tabela classificativa do campeonato espanhol. A nível de qualidade futebolística, esta época já vi grandes jogos de ambas as equipas, e se jogarem ao seu máximo nível, diria que as probabilidades estariam empatadas.

Atl. Madrid vencedor: 52%
Ath. Bilbao vencedor: 48%

Curiosidades:
A nível de campeonatos espanhóis, as duas equipas estão separadas por apenas um título, Atl. Madrid com 9 e os bascos com 8.
Quanto a competições internacionais, ganha vantagem a equipa colchonera. A equipa basca chegou apenas por uma ocasião a uma final europeia, perdendo-a contra a Juventus de Dino Zoff em 76-77.

Em outros tempos, o Atlético de Madrid era uma filial da equipa basca, e ambos jogaram inicialmente com camisola azul e branca, visto que os representantes bascos tinham por hábito viajar a Inglaterra para comprar 50 camisolas do Blackburn Rovers e quando chegavam distribuíam pela equipa principal e filial de Madrid. Resulta que numa dessas viagens, as camisolas do Blackburn estavam esgotadas e tiveram que comprar as do Southampton que casualmente, vestia camisola branca com riscas vermelhas. A partir desse momento Ath. Bilbao e Atl. Madrid vestem de vermelho e branco, sendo a única diferença, a cor dos calções, os madrilenos mantiveram os calções azuis e os bascos adoptaram os negros tal e qual o Southampton.